Setor de Duas Rodas do Polo Industrial de Manaus fecha em queda de 15%

MANAUS – Reveses macroeconômicos foram os principais fatores para as baixas no setor de duas rodas brasileiro, principalmente para as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). Com a produção nacional de 1.212.075 motocicletas -uma queda de 15% na produção entre janeiro e novembro de 2015 comparado ao mesmo período do ano anterior, o momento é de preocupação para a indústria que luta para atingir antigos patamares e manter a empregabilidade. É o que mostra os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) divulgados na última coletiva do ano da entidade, realizada na última quarta-feira (9).

Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o destaque positivo vai para as empresas instaladas no PIM, montadoras que empregam diretamente mais de 16 mil pessoas e faturam cerca de R$ 12 bilhões por ano na região, que ainda lutam para fortalecer o setor. “Manaus recebeu novos investimentos, apesar da crise, e ressalto a chegada de novas fábricas no segmento de bicicletas, que mesmo em queda ganhou importantes reforços”, comenta.
Para fechar o ano, a expectativa da entidade é de 1,21 milhão de motos vendidas e 1,27 milhão de unidades produzidas. A categoria que mais foi impactada com os números negativos foi a de baixa cilindrada  (até 150 cm³) que é responsável por 85% das vendas. Para o mercado internacional, a queda foi de 23% no acumulado de janeiro a novembro, com 63,2 mil motos embarcadas a mercados internacionais.
Estabilidade nas projeções Para o presidente da entidade, alguns números são reflexos do atual momento de crise por que passam a economia e política nacionais. “Estamos no que alguns chamam de fundo do poço, mas não podemos jogar a toalha. O que temos de projeções é de que as coisas se acertem a partir do segundo semestre de 2016. É necessário que se desatem esses nós políticos e econômicos. Dependemos da maturidade de nossos representantes, que definam o que for melhor para sairmos dessa crise”, disse Fermanian.
No PIM, o que preocupa a entidade quanto a manter a empregos do setor, já que também foram baixas as vendas das montadoras às concessionárias. “Depende das estratégias de cada montadora, mas acreditamos que o jogo pode mudar. As marcas lutam para uma melhor qualificação do profissional e investem em mais tecnologia e segurança. São alguns custos que devem ser compensados com a produção estável que esperamos até o fim de 2016. Daí para frente esperamos atingir antigos patamares de produção e venda”, ressalta Fermanian.
Indústria reageO setor de duas rodas, principalmente em Manaus, vem reagindo aos ventos desfavoráveis do mercado. É o que se vê nos constantes investimentos do segmento de motocicletas e bicicletas. Segundo o gerente de Relações Institucionais da Moto Honda da Amazônia, Mário Okubo ainda não se pode fazer previsões para o próximo ano, mas é tempo de investir. “Trabalhamos para manter tudo funcionando, mesmo com baixa produção, 995,510 em todas as categorias. Em 2014 foram 1.250 mil e agora esperamos apenas 1.030 mil. Para 2016 lançaremos novos modelos, não iremos parar e tentaremos evitar demissões. Mas tudo depende do cenário macroeconômico mudar”, fecha.
Também buscando equilíbrio a Sense Bike, de matriz mineira, investe em Manaus. O grupo chegou a Manaus em julho de 2014 e investiu R$ 35 milhões em sua planta amazonense. Com 50 funcionários, a empresa tem capacidade de produção de 400 mil bicicletas elétricas e convencionais por ano, conta o gerente da unidade, Joel Silva. “Com a crise não contratamos, mas também não demitimos. Para entrar no PIM trouxemos o que há de mais moderno e mais maquinário ainda está chegando, para nos nivelarmos com o que se produz na Europa e EUA”, assegura Silva. Além da Sense, a indústria de bicicletas no PIM ainda ganhou o reforço da Houston e Ox Bike. Cinquentinhas avançam No varejo, foi observado um crescimento de 18,4% no volume de motocicletas, passando de 89.020 unidades, em outubro, para 105.371 em novembro. Todavia, esta evolução leva em conta o crescente volume de ciclomotores licenciados desde a mudança na legislação, ocorrida neste semestre e que transferiu para os Estados a competência de efetuar o emplacamento destes veículos, anteriormente atribuída às prefeituras municipais. As chamadas “cinquentinhas”, ou seja, veículos de duas rodas de até 50 cm³, deram um salto de 287% de outubro (4.691) para novembro (18.155), refletindo a nova determinação legal.
Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Publicidade

Mais acessadas:

Em Cacoal, cafeicultura impulsiona desde comunidades indígenas a empreendedores urbanos

Mais de 17 mil famílias produzem café em Rondônia em áreas inferiores a 5 hectares.
Publicidade

Leia também

Publicidade