Polo Industrial de Manaus está desanimado com Olimpíadas

MANAUS – Ao contrário do que aconteceu há cerca de três anos, quando a expectativa positiva em torno dos dois torneios do futebol que seriam disputados no Brasil, a Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo FIFA 2014, ajudou a alavancar as vendas e produção de televisores no Polo Industrial de Manaus (PIM), às vésperas do maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos de 2016, a expectativa da indústria é de baixa no setor eletroeletrônico. De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, em 2013 o mercado está sem uma expectativa pelos eventos internacionais e por todos os investimentos que estavam sendo anunciados – em que, na opinião dele estariam em plena execução nos dias de hoje.

Somado às promessas de melhoria na infraestrutura, o PIM contava co m a tradição brasileira que assistir aos jogos do Mundial com a família ou amigos, fator que promove um incremento na venda de televisores a cada quatro anos. “A infraestrutura do país precisava ser preparada para receber todos esses jogos. Com isso, a maior parte dos consumidores sentiram vontade de se atualizar, substituindo os antigos televisores por telas de cristal líquido, plasma ou LCD. Isso tudo animava o mercado”, lembra oempresário.
Além disso, Azevedo lembra que, na ânsia de preparar a cidade para receber os jogos e os turistas do mundo inteiro, as agências de desenvolvimento, como a Suframa ou a Secretaria de Industria e Comércio, passaram a agilizar os processos, tomando decisões mais rapidamente e fazendo os investimentos fluírem. Mas hoje, faltando pouco mais de seis meses para o início dos Jogos no Rio de Janeiro, a realidade é outra. Para Nelson Azevedo, a demora dos governos em promover as melhorias prometidas e as constantes denúncias de corrupção em Brasília acabaram por afetar famílias e, por consequência direta, a produção industrial. “Hoje percebemos que, de lá para cá, nada aconteceu. Junto com isso tudo veio essa avalanche de corrupção e desconfiança que afetaram negativamente os resultados que nós esperávamos. Os jogos aqui na cidade serão poucos e não vão deixar legado. Falando em produção, hoje todos praticamente já substituíram os modelos antigos de televisores por modelos de LED, Plasma ou LCD. Pode haver algumas compras pontuais, mas não vai ser algo que possa reanimar a produção, como aconteceu com a Copa 2014”, avalia.Ainda na visão dele, o fundamental para acontecer alguma melhoria na economia do país é que haja um entendimento entre os poderes executivo e legislativo federais e que se resolva, de uma vez por todas, todas essas questões de corrupção no país. “Temos que voltar a transmitir confiança ao povo”, ressalta.Comércio
O setor varejista também se mostra reticente em relação a um possível aumento de vendas de televisores por conta dos Jogos Olímpicos de 2016. Para Ezra Benzion, vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), a Copa do Mundo tem um apelo muito maior que os Jogos Olímpicos junto aos torcedores, mas projeta vendas superiores às anotadas em 2015. “Acredito que não deverá haver, necessariamente, um aumento nas vendas de televisores porque as Olimpíadas não têm tanto apelo como a Copa do Mundo. Acho que teremos vendas, logicamente, um pouco melhores que 2015, mas não significa que isso vá superar as vendas de 2014”, pontuou.Ano dos eletrônicos
Segundo dados da Suframa, estimulada pela Copa do Mundo, a produção de aparelhos de TV no PIM cresceu 89,16% em 2014. A fabricação de TVs de LCD/LED representou mais de 14% do faturamento total do Polo. Segundo a autarquia, a venda de eletroeletrônicos e bens de informática representou 49,26% do faturamento total do PIM no ano da Copa, com R$ 42,8 bilhões (US$ 18,2 bilhões)
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