Polo Industrial de Manaus encerra 2015 com 31,7 mil homologações trabalhistas

MANAUS – O Polo Industrial de Manaus (PIM) encerra 2015 com 31,7 mil homologações trabalhistas, na maioria, nos segmentos eletroeletrônico, e de duas rodas. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM), houve um crescimento de 17,3% em relação às rescisões registradas em 2014, atingindo o maior índice dos últimos 20 anos. Conforme o sindicato, a previsão é que em 2016 as dificuldades continuem, com o risco de que em janeiro 2,3 mil trabalhadores do polo de duas rodas sejam demitidos e ainda de que pelo menos três empresas fornecedoras de peças para fabricantes de motocicletas encerrem as atividades na capital.

De acordo com os registros do Sindmetal, considerando todo o ano, dezembro foi o mês em que houve o maior número de desligamentos. Do dia primeiro até esta quarta-feira (30) pouco mais de 3 mil pessoas tiveram seus contratos trabalhistas encerrados. As empresas que tiveram o maior número de demissões foram: Salcomp da Amazônia (817); Samsung da Amazônia (573) e Microsoft (351). Além dessas, outras fabricantes também tiveram que reduzir o quadro fabril como: LG Eletronics da Amazônia, Climazon Indústria Ltda., Philco Eletrônicos S/A., Moto Honda,Electrolux da Amazônia Ltda., entre outras. No período de janeiro a novembro deste ano houve 28.656 desligamentos, com uma média mensal de 2 mil demissões.
O diretor do Sindmetal, João Brandão, informou que no primeiro mês de 2016 a ocorrência de desligamentos deve ter continuidade. Segundo ele, há previsão para que a Moto Honda demita 2,3 mil colaboradores em janeiro. Consequentemente, cerca de 32 empresas fornecedoras do segmento de duas rodas sofrerão os impactos em cadeia. Brandão informou que fábricas como a Bendsteel da Amazônia Indústria e Comércio de Estamparia de Metais Ltda., a Wap Metal Componentes Metálicos da Amazônia e a Ifer da Amazônia Ltda. tiveram reduções extremas nos quadros de funcionários, cortes nos benefícios trabalhistas e atrasos nos pagamentos. As fabricantes devem fechar as portas nos próximos meses. “A Ifer já anunciou que fechará as portas e no último mês a Moto Honda retirou todo o maquinário de dentro da fornecedora. Após o anúncio informal feito pela Honda sobre as demissões deverá acontecer um efeito dominó atingindo os 32 fornecedores”, informou. “Durante 2015 a Honda utilizou todos os recursos possíveis para segurar os trabalhadores como redução na jornada de trabalho, férias coletivas e remuneradas”, completou Brandão.
O diretor conta que o sindicato estuda argumentos para serem apresentados aos empresários caso os fabricantes tentem defender propostas que visem reduzir ou minimizar os benefícios trabalhistas no próximo ano. Ele explica que nos últimos anos o sindicato tem flexibilizado acordos com os empresários com o intuito de contribuir com a consolidação do projeto fabril no PIM. Porém, ao decidirem encerrar os trabalhos, as empresas não pensam nos trabalhadores e nem no acordo que conseguiram obter junto ao sindicato. “Será um ano de dificuldades, por isso, acreditamos que receberemos diversas propostas de flexibilização das leis trabalhistas. Um exemplo, é a contratação por tempo determinado. Acredito que as empresas contratarão para atender às demandas e depois dispensarão. Hoje, algumas empresas concedem um benefício ao trabalhador quando o contrato é encerrado e isso foi conquistado por meio de acordos”. Outra pauta a ser trabalhada no próximo ano é o acionamento do Ministério do Trabalho e Emprego para verificar a questão da rotatividade imposta pelas empresas Samsung e Lenovo. “Essas empresas demitem os trabalhadores e contratam novos funcionários com salários menores. A lei ampara a rotatividade de 40% dos funcionários, mas é preciso ter bom senso. Vamos acionar o MTE para averiguar essa situação”, anunciou.
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