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Quinta, 25 Abril 2024

Lojistas tentam minimizar custos de administração com o governo do Amazonas



MANAUS
- Na tentativa de ‘driblar’ as dificuldades econômicas e manter o funcionamento das lojas, empresários do Amazonas reivindicam melhorias no sistema administrativo do segmento que incluem a reformulação no sistema contratual para uso das lojas inseridas nos shoppings centers e ainda permanência da alíquota de 17% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).Em meio ao cenário de reajustes tributários, elevação dos juros, instabilidade da taxa cambial, redução do poder de compra do consumidor, os lojistas, tanto do centro de Manaus quanto dos shoppings centers, enfrentam dificuldades para manter os estabelecimentos com as portas abertas. Hoje, o lojista que busca fazer parte do mix de empreendimentos instalados no Shopping Ponta Negra encontra facilidades contratuais, com valores mais baixos do que os repassados aos empresários que acompanham as comercializações desde a inauguração do centro de compras, em 2013, fato que tem desagradado aos empresários que atuam no shopping há mais tempo.
Os valores das locações inclusos em contrato variam conforme a área pretensa à utilização. Entre as taxas constantes nas cláusulas estão o direito de uso, aluguel, fundo de promoção e condomínio. Estas três últimas são taxas pagas mensalmente. O sócio-diretor do restaurante Cachaçaria do Dedé, Rogério Perdiz, conta que há algum tempo os lojistas do Shopping Ponta Negra tentam negociar novas condições de pagamentos da área locada. Porém, a direção do shopping, que está localizada em São Paulo, não oferece propostas satisfatórias aos empresários. Perdiz conta que os novos locatários têm acesso a melhores condições de negociação em comparação aos valores pagos pelos locatários que estão há mais tempo no shopping. “Os valores estipulados em contrato variam conforme o empreendimento, a área a ser utilizada. Porém, quem firmou parceria com o shopping desde a sua inauguração desembolsa valores que hoje não são cobrados dos novos locatários. Existem empresários que pagam, por exemplo, R$150 mil para usar o espaço, que é o direito de uso, enquanto quem fecha contrato agora não recebe cobranças quanto a este fator. As taxas de aluguel, fundo de promoção e condomínio também são contratados em valores bem menores que os definidos anteriormente”, reclama.
Perdiz ainda relata que devido as variações de valores cobrados aos locatários e dificuldades de negociação com a direção do shopping, alguns lojistas fecharam as portas. Ele afirma que atualmente existem em média 70 áreas disponíveis para locação.
Na tentativa de discutir o problema e elaborar propostas a serem apresentadas à superintendência do shopping, os lojistas promoverão na quinta-feira (22) uma assembleia que acontecerá no mezanino da Cachaçaria do Dedé, às 10h. “O movimento busca fazer uma renegociação. Queremos tornar o shopping mais visitado. As saídas das lojas geram prejuízos aos empresários e o aumento do desemprego. Queremos que a direção ofereça as mesmas condições de contratos a todos”, disse Perdiz.
Por meio de nota, a assessoria do Shopping Ponta Negra informou que a gerência sempre se pautou pela transparência e pelas boas relações com os lojistas, que diariamente têm as portas abertas para quaisquer sugestões ou encaminhamentos de assuntos que dizem respeito às operações no shopping. Movimento contra o aumento do ICMS Outro problema que atinge o setor comercial de Manaus é a proposta do governo do Amazonas de elevar o ICMS de 17% para 18%. O governo enviou projeto à Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) para aprovação. O tributo  a principal fonte de arrecadação do Estado e o aumento vai representar um acréscimo de R$350 milhões ao ano.
Segundo a empresária, que é lojista do Manauara Shopping e do Shopping Ponta Negra, Alessandra Sena, o governo, ao reajustar o imposto, não escutou as entidades comerciais e não debateu o assunto com os empresários para saber quais os possíveis impactos que deveriam ser gerados pela mudança. Ela explica que a alteração tributária impactou diretamente no valor do produto comercializado pelas lojas, com um aumento de 6% sobre o valor comercializado anteriormente. “Com isso, a tendência é a queda nas vendas e as lojas ficam em dificuldades de funcionamento e podem até fechar as portas”, afirma.
A classe também programa realizar um movimento denominado ‘Diga não ao aumento e criação de impostos!’ na quarta-feira (21) às 9h, na Aleam. O movimento contará com a participação de todos os empresários amazonenses do segmento comercial. “O movimento será um posicionamento da classe de varejo quanto à medida tomada pelo governo do Estado. Existem outros meios para aumentar a arrecadação do Estado sem que haja o aumento da alíquota”, comenta a lojista. Hoje, os empresários devem se reunir para definir os pontos a serem discutidos na quarta-feira. 
Final de ano não deixa ACA otimista De acordo com o presidente da ACA, Ismael Bicharra, a crise econômica e política que atinge o país tem contribuído para o decréscimo de 30% nas vendas do comércio em Manaus. Ele afirma que todos os segmentos comerciais estão sendo atingidos, inclusive os shopping centers de maior e de menor porte. “Supermercados, farmácias, o centro comercial, os pequenos e os grandes shoppings centers sentem o reflexo da redução no volume de vendas que está estimado em 30% no acumulado dos dez meses de 2015 em comparação a 2014. Frente à desaceleração econômica o empresário se sente inseguro em projetar novos investimentos e muitas vezes acaba fechando as portas do empreendimento”, disse Bicharra.
O presidente descarta a possibilidade de contratações temporárias para o final de ano. “Não teremos contratações. Sofremos uma crise nacional e a indústria local está sendo fortemente afetada. O reflexo é imediato e atinge o comércio com a redução nas vendas”, avalia.

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