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Janeiro começa fraco para varejo de moda em Manaus

Janeiro começa fraco para varejo de moda em Manaus
As redes varejistas de moda, que fecharam dezembro de 2016 com queda de 10,9% em vendas em comparação ao mesmo mês de 2015, segundo a Serasa Experian, devem ter nova retração neste mês, ou empatar com janeiro do ano passado.

O nível de desemprego ainda alto e os gastos no mês com compra de material escolar, IPTU e IPVA restringem o poder de compra dos consumidores, que seguem afastados das lojas de vestuário mesmo com as liquidações.

No centro de Manaus, as lojas de modas vêm sofrendo as consequências do ano instável de 2016. E para atrapalhar ainda mais as vendas dos comerciantes, as fortes chuvas e a escalada da violência na cidade fizeram com que os comerciantes fechassem as portas e a população ficasse temerosa de ir às compras.

De acordo com o gerente da loja Skina do Atacado, Norlando Araújo, os comerciantes do Centro só tiveram boas vendas no final do ano. "Este início de ano as vendas estão sendo meio conturbadas, comparado ao mesmo período do ano passado. Acredito que tivemos uma queda de 20%. Isso por conta de muitos fatores externos", relata o gerente.

Um dos fatores citados por Araújo foi o episódio da fuga de presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) no início do ano, que aumentou a insegurança entre os consumidores. Araújo lembra que o índice de assalto aumentou. "Isso foi triste para o setor. Até para vender roupas para o carnaval, estamos tendo dificuldade", reclama ele. 
Foto: Shutterstock/Reprodução
O início da temporada de chuvas na Região Amazônica também contribui para a queda nas vendas. "Mesmo sendo um fenômeno já esperado para nossa realidade, dificulta e muito a venda dos produtos", salienta Araújo.

A expectativa do comerciante é que as vendas melhorem agora no mês de fevereiro. "Ainda estou com a esperança de vender shorts e blusas para o carnaval. Época que alavanca muito as vendas dos comerciantes. Espero que este ano seja melhor", finaliza ele.

Shoppings de Manaus

Além do centro da cidade, as lojas de moda dos shoppings também vêm amargando a difícil tarefa de ter que realizar estratégias para chamar a atenção dos clientes para escoar seus produtos do estoque.

Mesmo com as estratégias, o diretor comercial das seis lojas Blue Fashion existentes em Manaus, Rasan Ahmud, afirma que a crise e a falta de segurança na cidade, são fatores preponderantes para a queda nas vendas das lojas que administra.

"Esse início de ano está sendo pior que janeiro passado. Tivemos uma queda de 30% nas vendas. As pessoas não estão entrando mais nas lojas, principalmente as do Centro, por causa da insegurança. Já as dos shoppings, as pessoas estão sem dinheiro e com medo do futuro, para gastar o pouco que ainda conseguem", salienta ele.

Outro ponto citado pelo diretor, é o desemprego. "Hoje, com medo de ficarem desempregadas, as pessoas estão preferindo guardar dinheiro ou investir em comida, do que comprar roupas. E quem sofre com esta situação é o comerciante varejista", salienta.

Para a gerente da loja Dudalina Modas, do Shopping Manauara, Edileuza da Silva, um outro fator que impede as vendas, é o período de férias. "E para os clientes que não viajam, nós sempre fazemos descontos, o bota fora de algumas peças que temos no estoque. Mas a palavra crise também assusta os nossos compradores, mesmo com algumas peças em descontos. Vejo que a queda nas vendas foi bem maior que o ano passado. Espero que não continue assim", torce a gerente.

Já a loja Adore, do Millenium Shopping, a gerente do estabelecimento, Cileusa Ribeiro, aposta na promoção para driblar a crise econômica. "O pior é que não tivemos boas vendas nem no Natal. Trabalho nesta loja há cinco anos, e nunca tivemos que diminuir o quadro de funcionários como fizemos neste início do ano, por causa deste tempo ruim. E digo mais, as pessoas estão sem dinheiro mesmo. E as poucas que têm, não querem gastar com medo do que possa vir, como o desemprego. Lamentável", reforça ela.

A loja oferece aos clientes a promoção Pague 3 e Leve 4, em que as blusa estão no valor de R$ 25 a $200, e calça jeans no valor inicial de R$35 reais.

Especialista

De acordo com o economista Marcus Evangelista, a retração nas vendas do comércio local, não está só acontecendo no setor da moda, mas sim como em todos os setores do Brasil. Ele acredita que a injeção do Governo Federal para o saque de R$ 1 bilhão de reais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) agora no mês de fevereiro, pode aquecer as vendas em todos os setores. "Outro fator, que atribuo a essa queda nas vendas, foi o grande número de desempregados em todo o país. Se há desempregados, os poucos que eles recebem com trabalhos informais, preferem comprar comida, ao invés de roupa", disse ele.

O FGTS é um depósito mensal, referente a um percentual de 8% do salário do funcionário, que o empregador fica obrigado a depositar em uma conta bancária no nome do empregado que deve ser aberta na Caixa Econômica Federal.

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