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Sábado, 20 Abril 2024

Faturamento do Polo Industrial de Manaus recua 8,11% até agosto



MANAUS
- Com o montante de R$ 50,4 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, embora seja o terceiro maior valor apurado no intervalo em toda a história, o faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM) recuou -8,11% se comparado ao mesmo período de 2014. Os dados foram divulgados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A autarquia ressalta, no entanto, que o faturamento do PIM acumulado de janeiro a agosto de 2014 registrou a quantia recorde de R$ 54,8 bilhões. Na comparação feita em dólar, com US$ 16.5 bilhões em faturamento até agosto, houve uma queda de 31,16% ante o total apurado entre janeiro e agosto de 2014 (US$ 24 bilhões).
Somente em agosto, o faturamento das indústrias incentivadas da Zona Franca de Manaus (ZFM) foi de R$ 6,49 bi, montante que representa uma queda de -8,07% em relação ao mesmo mês de 2014. Já o faturamento em moeda americana ficou em US$ 1,84 bi, registrando queda de -40,8% na mesma comparação. Apesar de continuar sendo o maior responsável pelo resultado global do PIM, respondendo por 29,85% do total, o segmento Eletroeletrônico amargou queda de faturamento de 18,17% entre janeiro e agosto deste ano na comparação com o mesmo intervalo de 2014.
Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nélson Azevedo, a queda em todos os indicativos de faturamento do PIM é consequência da má administração federal. Na opinião dele, nem mesmo as festas de fim de ano, período tradicional de aquecimento das vendas e produção serão capazes de incrementar o consumo.
A expectativa, segundo avaliação dele, o comércio e indústria já se preparam para um natal inferior ao ano passado. “Este ano está perdido. Não temos nenhum indicador positivo e nenhuma perspectiva em nenhum segmento enquanto não se resolver o problema político do país. Com isso, a economia se ajustaria com maior facilidade, mas, no momento, não temos esperanças. Não há um segmento da indústria, em suas várias ramificações, no comércio e nos serviços que veja uma esperança de recuperação. Não tendo produção, não tem investimentos, cai o faturamento, a inflação e os juros sobem e o emprego desaba. Lamentavelmente é uma situação triste”, lamentou Azevedo.
Mão de obra
De acordo com os dados remetidos à Suframa pelas empresas do PIM, o mês de agosto teve ocupação de 99.803 postos de trabalho, entre mão de obra efetiva, temporária e terceirizada. É a primeira vez desde março de 2010 (98.960) que o total de vagas é inferior a 100 mil. Na comparação com o mês anterior (julho), quando o total de mão de obra foi de 102.051, houve redução de 2,2%. A média mensal de 2015, até agosto, ficou estabelecida em 109.260 empregos.
Na avaliação do superintendente em exercício, Gustavo Igrejas, os dados decrescentes de faturamento e de mão de obra não são exclusivos do parque fabril de Manaus. A conjuntura econômica do país afeta o desempenho do PIM, pois cerca de 95% da produção do Polo tem como destino o mercado nacional. “Em momentos de crise, os consumidores reduzem o consumo de bens não essenciais como celulares, televisores, tablets e outros itens bastante produzidos pelas fábricas de Manaus.
Além disso, as instituições financeiras ficam mais rigorosas na concessão de crédito, o que impacta na comercialização de produtos como as motocicletas. Com a redução das vendas, por sua vez, as empresas são levadas a fazer ajustes nos seus quadros internos, elevando os índices de demissões”, explicou Igrejas.
De acordo com o superintendente, os representantes do setor industrial avaliam que a partir de março do ano que vem a atividade econômica deverá iniciar sua recuperação até retornar aos patamares tradicionais do PIM. “Uma vantagem em relação aos momentos de crises anteriores está na base da capacidade instalada do setor industrial, que já fez os investimentos e está preparada para responder prontamente quando o aumento da demanda reiniciar”, frisou.
Segmentos e Produtos
Apesar de continuar sendo o maior responsável pelo resultado global do PIM, respondendo por 29,85% do total, o segmento Eletroeletrônico amargou queda de faturamento de 18,17% entre janeiro e agosto deste ano na comparação com o mesmo intervalo de 2014 e o de Bens de Informática do Polo Eletroeletrônico, com 15,92%, que caiu 13,74% no acumulado dos oito primeiros meses.
Os setores que apresentaram crescimento, em real, na comparação entre janeiro e agosto de 2015 com o mesmo período do ano passado foram: Naval (102,46%); Duas Rodas (0,52%); Químico (4,24%); Mecânico (2,35%); Relojoeiro (4,70%); Vestuários e Calçados (29,37%); Têxtil (21,04%); Beneficiamento de Borracha (16,75%); Ótico (13,65%); Brinquedos (11,83%); eProdutos Alimentícios (5,77%), entre outros. 
Produtos
Entre os produtos que apresentaram incremento relevante de produção nos oito primeiros meses de 2015 em relação ao mesmo período de 2014 estão: aparelho portátil de gravação de áudio –tipo mp3, mp4 –(131,54%); blu-ray (104,65%); home theater (55,44%); e condicionadores de ar do tipo janela (26,45%). Também vale destacar o crescimento da manufatura de bicicletas (7,40%), aparelhos reprodutores de DVD –inclusive blu-ray (21,43%) e relógios de pulso e de bolso (4,30%).

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