Epidemia de zika pode afetar turismo do Amazonas

MANAUS – O já retraído turismo amazonense parece sofrer mais um baque com o recente anúncio oficial da Organiza- ção Mundial da Saúde (OMS), sobre uma epidemia de níveis alarmantes de zika, que enquadra o Brasil e outros 19 países latino-americanos ou caribenhos como afetados pelo vírus. Em Manaus, operadoras e agências de viagens já se encontram em estado de alerta para possíveis prejuízos quanto à baixa quantidade de reservas para a temporada de cruzeiros e para os Jogos Olímpicos. As notícias alarmantes afetam principalmente o turismo receptivo no Estado e agências de turismo nos Estados Unidos já registram cancelamentos de viagens à América Latina por causa do vírus. A temporada de cruzeiros, iniciada em outubro, que prometia a chegada de mais de 17 mil turistas estrangeiros à Manaus até maio e injeção de R$ 35 milhões na economia local, pode ser afetada diretamente pelos alarmes, mas até agora ainda não foram confirmados cancelamentos por conta do zika, garante o gerente da Amazon Explores, Andrey Lima.“Os três cruzeiros que recebemos, antes do aviso da OMS, estavam dentro da normalidade quanto aos passageiros. Ainda não temos notícias dos emissores estrangeiros quanto aos próximos”, conta o gerente. O setor respira uma relativa normalidade, apesar da crise macroeconômica e dos avisosde epidemia. “Já estamos em crise, o que não nos deixa saber se o cancelamento de reservas será por conta do vírus ou do momento econômico. Sei que as soluções para esses problemas é algo muito complexo, mas até agora ninguém cancelou alegando medo do zika”, ressalta Lima.Caribe também causa insegurança Com o alerta valendo para várias partes do globo, não é só turismo receptivo brasileiro que será prejudicado, conta agente de viagens homebased, Marcello Jobim. “Existe a chance de quebra no mercado de emissivo. O prejuízo irá se espalhar e muito por conta do descaso com a saúde pública. O governo não poderia ter deixado chegar ao ponto de se declarar uma epidemia e não é só o turismo que será afetado”, fecha.O receio dos turistas e desmotivação dos empresários e agentes de turismo é confirmado por uma atendente de agências de viagens que preferiu não ter o nome divulgado. “Colegas que trabalham com o receptivo também já falam em retração grave. O mesmo vem acontecendo com o emissivo. Lugares como o Caribe, que estão entre nossos principais destinos, já vêm mostrando menos interesse nos últimos dias. O que juntando ao dólar em alta, prejudica o emissivo”, alerta.Reflexo nas hospedagens Para os hotéis, as perspectivas também são as piores, conta o presidente da Abih-Am (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas), Roberto Bulbol. “Os turistas estrangeiros foram afugentados pelas notícias alarmistas de zika e dengue. A recomendação do governo dos EUA é algo muito sério, de grande influência na economia e com certeza, será responsável por um volume mais baixo nas hospedagens”, conclui.
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