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Sexta, 19 Abril 2024

Comércio do Amazonas com expectativa reduzida

Comércio do Amazonas com expectativa reduzida
Enquanto a demanda do pescado tende a aumentar em 100% nas feiras e mercados de Manaus, neste período de Páscoa, os tradicionais ovos de chocolate amargam uma sensível queda na produção. 

Também caiu o número de empregos temporários para a data. Em 2016, a Páscoa gerou 29 mil vagas temporárias em todo o país, e este ano a previsão é de 25 mil, sendo 15% para a produção e 85% para promoção e cadeia de vendas. De acordo com a  Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) a queda de 4 mil vagas se deu no setor de produção, onde houve reaproveitamento da mão de obra já existente. Diante deste cenário, a expectativa do comércio local é manter o número de vendas ou crescer até 1,5% em relação ao ano passado. 


A  Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror) deve ofertar 500 toneladas de peixes no Feirão do Pescado, ou seja, a mesma quantidade do ano passado.
 
As espécies mais comercializadas nesse período são de tambaqui, matrinxã, pirarucu e ainda quelônios oriundos de áreas autorizadas pelo Ibama. As espécies são provenientes da piscicultura e de áreas manejadas e respeitam o período do defeso que termina hoje, 15 de março, conforme calendário oficial.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Segundo o secretário Executivo de Pesca e Aquicultura do Sistema Sepror, Tomás Sanches, geralmente os valores praticados no Feirão, são em média 20% mais baratos em relação ao preço normal praticado em feiras da cidade. O Tambaqui varia de R$5 a R$11 o quilo; a Matrinxã entre R$10 e R$15 o quilo. "O Feirão do Pescado acontece em alusão a Semana Santa, quando a demanda do pescado tende aumentar em 100% nas feiras e mercados da cidade", estima.

Ainda segundo Sanches, a estrutura para o Feirão do Pescado deste ano está sendo formatada. "Até o dia 17 teremos a programação definida, estimativa de pescado para comercialização e os pontos estratégicos do Feirão. No ano passado, o Feirão do Pescado ofertou 500 toneladas de peixes. A estimativa para este ano é a mesma", completou.

Novidades no mercado manauara

Nesta edição, o Feirão vai contar com a parceria da  Agência de Desenvolvimento Agropecuário (ADS), que será responsável por organizar a comercialização do pescado no Cassam, ASA, Batalhão da Polícia Militar, Cidade Nova, espaços onde atualmente são realizadas as feiras regionais, inclusive o Feirão da Sepror. 

Na Feira da Panair, localizada no bairro Educandos, zona Sul de Manaus, os consumidores encontram uma variedade de peixe vendido por unidade. Entre as toneladas de pescado estão o tambaqui, pirarucu, sardinha, com destaque para o matrinxã. Os preços variam de R$ 15 até R$ 30 cada.

Segundo o administrador da Feira da Panair, Tatai, a matrinxã é o peixe mais procurado nesta época do ano. "É só neste período que o matrinxã aparece. Depois da Páscoa ele some. Hoje os preços são praticados de acordo com o tamanho de cada matrinxã. Tem de R$15, R$20, R$25 até R$30 a unidade.

Na Rede de Supermercados DB, a novidade está na variedade de peixes tanto do rio quanto do mar. Segundo o gerente de Marketing, Guto Corbett, além do salmão, outras variedades estarão disponíveis durante a Semana Santa. "Neste ano, houve aumento de compra de peixe do rio e do mar. Além do salmão vamos ter o tradicional bacalhau e uma diversidade um pouco maior para atender a demanda dos nossos clientes", informou.

Por outro lado, os tradicionais ovos de chocolate vão para as gôndolas em menor quantidade, uma tendência nacional. "Vamos ter menos Ovos de Páscoa, porque a indústria diminuiu a produção. A demanda será parecida com 2016, isso é no Brasil inteiro. Mas em peixe vai ser bem sortido e abastecido. O nosso peixe além de ser muito saudável, o preço está bom porque o mercado está muito competitivo", concluiu Guto Corbett. 




Expectativas x Estatísticas

De acordo com a  Associação Brasileira da Indústria de Pescados (Abipesca), a Páscoa poderá alavancar crescimento entre 15% e 17% para indústria nacional de pescados, na comparação com 2016. Na mesa do consumidor, a Tilápia deve assumir papel de destaque junto ao bacalhau, por sua qualidade e preço mais em conta. Já os produtos mais nobres que devem ser consumidos neste ano são o Salmão e o Bacalhau, seguidos da Tilápia, e os peixes da bacia amazônica como Pirarucu, Tambaqui e Pintado.

No entanto, dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) revelam que o número de lançamentos caiu de 147 no ano passado para 120 este ano. E o número de empresas expositoras no Salão de Páscoa 2017 diminuiu de 11 para 9. Essas empresas representam mais de 70% do mercado de chocolate no país.

Em Manaus, o comércio aposta em leve melhora no período de Páscoa, após ter retração nas vendas de chocolate, no igual período de 2016. A expectativa da  Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM) é de crescimento nas vendas de até 1,5%, ou ainda, manter o patamar em relação ao ano anterior, motivadas pela variedade de produtos. A data comemorativa é o primeiro evento que dá o termômetro do varejo de 2017.

Na opinião do presidente da CDLM, Ralph Assayag, o comércio deve comprar cerca de 36 mil toneladas de chocolates, ou seja, a mesma quantidade do ano passado. "Esses chocolates são de diversas formas e tamanhos. No ano passado, em torno de 15% dessa quantidade não foram vendidos e foram dados descontos, principalmente, nos chamados 'quebrados', que foram vendidos pela metade do valor inicial", explicou.

De acordo com o proprietário da Tropical Multiloja, Allan Kardec, houve reajuste de preços dos materiais para confecção de Ovos de Páscoa, em 2017. "A preparação para este período começou em novembro do ano passado, com os pedidos dos materiais vindos de fora do país", informou.

Kardec estima que as vendas dos produtos alusivos à Páscoa sejam 10% superior em relação ao ano passado. "Em 2016, nós tivemos um aumento de vendas das matérias-primas mesmo em tempos de crise na economia. Para 2017, pretendemos aumentar em 10% em virtude das pessoas procurarem uma renda extra e esse período é, extremamente, positivo para isso", concluiu o empresário.

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