Comerciantes de Manaus estão preocupados com período de Carnaval

MANAUS – O Carnaval chegou, a alegria está nas ruas invadidas por foliões organizados em blocos tradicionais de Manaus. No entanto, o comércio não está nada otimista, ao contrário, os representantes do setor estão preocupados com uma eventual queda nas vendas e seguem torcendo para que o resultado, pelo menos, empate com o mesmo período do ano passado. Segundo especialistas, a crise econômica que assolou o país em 2015, ainda vai continuar estagnando o setor varejista de 2016, diante de uma inflação desgovernada que pode chegar a 9% em março. Diante deste cenário, apostar na diversificação de produtos aliada a preços com descontos é uma tendência no comércio tradicional para driblar a crise.

De acordo com o presidente da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas do Amazonas (FCDL-AM), Azury Benzion, a meta deste ano é repetir os resultados de 2015. “A projeção seria ficar mais ou menos com venda empatada com a do ano passado. Essa era a meta, e que não haveria crescimento”, disse.
Azury estima que os lojistas não devam ficar no prejuízo neste Carnaval, nem com produtos estocados, uma vez que as compras foram menores em relação ao ano passado. “Mesmo porque as vendas estão aquém do esperado”, observou. Segundo o presidente, até quarta-feira (3), as lojas de produtos específicos de Carnaval estavam com movimento abaixo do esperado. “Pode ser que os consumidores deixaram as compras para a última hora”, avaliou.
Segundo a presidente da Associação dos Lojistas do Amazonas Shopping Center (Alasc), Mercedes Braz, as expectativas estão voltadas para o crescimento do volume de frequentadores do empreendimento comercial mais tradicional da cidade. “Com a crise econômica, as pessoas estão deixando de viajar e acabam optando por ficar em Manaus. Por isso, apostamos no aumento da circulação desses consumidores nas lojas do shopping”, disse.Mercedes informou que neste período os clientes procuram mais por artigos carnavalescos, mas quando estão no shopping, aproveitam para consumir ou-passear com a família. “Sabemos que neste momento as lojas que trabalham com produtos relativos ao Carnaval, vendem mais. Porém, nós acreditamos que o volume de pessoas vai aumentar e com isso as vendas também irão crescer”, estima a empresária e lojista do shopping.Com as perspectivas para vendas ainda fracas, o comércio tem afirmado que não vê espaço para recuperação dos preços em 2016. A saída é manter os preços promocionais nas vitrines. “O que nós temos de diferente para alavancar as vendas para esse evento de Carnaval foi antecipar a nova coleção, trazendo moda com preço acessível e também estamos com liquidação em todas as lojas”, explicou Ane Oliveira, gerente comercial do Centro da Moda.
Na Sapataria Classe a estratégia carnavalesca é baixar os preços com promoções que vão de 30% até 50% de descontos em calçados. Para atrair os foliões, o gerente da loja destacou os artigos da marca Adidas que estão com descontos de 50%. “Temos as promoções de calçados. Baixamos mais um pouco, os preços das mercadorias para atrair o cliente”, revelou.
A expectativa do Banco Central (BC) é que a inflação ao final deste ano ainda estará distante da meta. O BC projeta uma inflação de 9%, ante 7,9% previstos em março, e de 4,8% em 2016, contra 4,9% previstos anteriormente. A meta de inflação é 4,5% e o limite superior é 6,5%. Portanto, para este ano, expectativa é de estouro da meta, com redução da inflação no próximo ano.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) reduziu a previsão de crescimento do comércio mundial para 2,8% em 2015 e 3,9% em 2016, informa o site da organização. A expectativa anterior, divulgada em abril, era de alta de 3,3% este ano e de 4% no ano que vem. “O comércio pode funcionar como um catalisador para o crescimento econômico. Em um momento de grande incerteza, o aumento do comércio poderia ajudar a revigorar a economia global e tirar perspectivas de desenvolvimento e alívio da pobreza”, diz o diretor-geral Roberto Azevêdo.
Carnaval seguro
As fantasias devem conter etiqueta com as características têxteis, esta é uma das dicas para o folião garantir um Carnaval seguro, de acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
O diretor de Avaliação da Conformidade, Alfredo Lobo, alerta que é primordial que a compra seja realizada apenas no mercado formal para evitar produtos falsificados ou com informações incorretas. “O Inmetro dá dicas importantes e simples para que o consumidor possa se divertir no Carnaval com segurança”, frisou.
Confira as principais recomendações do Inmetro aos consumidores: Todas as fantasias devem conter na etiqueta as seguintes informações obrigatórias em português: dados do fabricante ou importador, CNPJ, país de origem, composição têxtil, cuidados de conservação e indicação de tamanho. Esses dados ajudam, por exemplo, a evitar possíveis reações alérgicas a determinados tipo de tecido.
Para os adereços o instituto recomenda que máscaras, lantejoulas, paetês, apitos, confetes, serpentinas e outros adereços devem conter o selo de identificação da conformidade do Inmetro. É necessário também ficar atento à quantidade indicada nas embalagens dos produtos.
Quanto aos preservativos os foliões devem ficar atentos às camisinhas, tanto comercializadas quanto distribuídas gratuitamente, pois devem apresentar na embalagem os selos do Inmetro e do Organismo de Certificação de Produtos (OCP).
Atenção também para o consumo de água mineral: O Inmetro, em 2014, estabeleceu uma certificação voluntária para água mineral natural envasada e comercializada em embalagens descartáveis -exceto garrafões -e de vidros retornáveis. “Ao comprar água mineral na rua, verifique se o lacre da tampa não foi violadoou se apresenta marcas de reutilização. Em caso de dúvida, dê preferência à água mineral com gás, pois é mais difícil de sofrer adulteração”, recomenda Lobo.
Também é importante salientar ao consumidor, que a presença do selo do Inmetro significa que o produto antes de ser colocado no mercado passou por ensaios em laboratórios com reconhecida competência e demonstrou atender aos requisitos definidos em normas e regulamentos.
Diversificação
Segundo o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra Filho, os lojistas estão procurando alternativas para alavancar as vendas, e uma delas está na diversificação dos produtos. Lojas que eram exclusivas de um determinado mixe, agora passam a trabalhar com produtos de época. “É uma questão de sobrevivência e muitas lojas começaram, muito fortemente, a trabalhar as épocas. Quer dizer, é Carnaval: o comerciante muda todo o cenário da loja para o Carnaval. A mesma coisa com a volta as aulas. Para se ter uma ideia, lojas de eletrodomésticos, hoje vendem material escolar”, salientou. A diversificação é uma alternativa para enfrentar a crise econômica em 2016.
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