Amazonas terá R$ 2 bilhões com benefício do 13º salário em 2016

As empresas e o setor público vão pagar R$ 1,57 bilhão com o 13º salário no Amazonas até dezembro de 2016, segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No total, 612 mil trabalhadores receberão o pagamento, uma queda de 3,1% em relação ao ano passado, quando registrou 631 mil assalariados no mercado formal.De acordo com o levantamento, até final do ano o pagamento do 13º deverá injetar aproximadamente R$ 2 bilhões na economia amazonense. Além dos trabalhadores do mercado formal, receberão o pagamento extra os beneficiários da Previdência Social e os aposentados e beneficiários de pensão da União.

Para o economista da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio-AM), José Fernando Pereira da Silva, mesmo com o aumento no montante do pagamento o maior volume do salário extra deverá ser usado para quitar dívidas dos trabalhadores. “Pela primeira vez os índices de consumidores inadimplentes marcaram números preocupantes e as últimas pesquisam revelam que o 13° não deve ser aproveitado para a compra de presentes de Natal. A maioria dos consumidores pretende usá-lo para quitar suas dívidas e limpar o nome na praça", observa.

Na avaliação do economista, a liquidação das contas pendentes pode ser positiva para a economia, por representar que o consumidor ficará livre para fazer novas compras. O comércio espera um crescimento modesto nas vendas em relação ao mesmo período de 2015.Ainda segundo o levantamento do Dieese, o número de pessoas que receberá o décimo terceiro no Amazonas é estimado em 916 mil, um recuo de 1,0% em relação ao ano passado. Já em 2015, o número de pessoas que receberam o salário extra foi de 925 mil e em 2014, 936 mil.

“Houve uma queda acentuada no emprego formal no Amazonas, o que resultou na diminuição de beneficiários do 13°, mas se observar pode ter sido apenas nos menores salários, enquanto os maiores se mantiveram. Também tivemos a ampliação do número de aposentados que ajudaram a puxar esse crescimento”, explica o economista e supervisor técnico regional do Dieese, Inaldo Seixas.

Do total de amazonenses que tem direito a receber o pagamento, 612,240 mil (66,8%) são empregados formais. Dentro desse grupo, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada somam 16 mil (1,7%). Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (303,826 mil de pessoas) correspondem a 33,2% do total.

Até final do ano, o 13° deverá aplicar cerca de R$ 2 bilhões na economia local,um aumento de 1,6% se comparado ao ano passado.Em 2015, o valor foi de R$ 1,87 bilhão. “O volume total representa um aumento real acima da inflação estimada para 2016, que era de 7%. O montante é de quase 9,3% superior ao calculado para o ano passado e isso é positivo, uma vez que, se tem recursos disponíveis os trabalhadores consumirão, pagarão dívidas ou ainda podem reservar para gastos futuros. Mesmo com a queda no número de pessoas que deve receber o salário extra, houve aumento no volume de dinheiro investido na economia”, disse o economista do Dieese.

Segmentos

Em relação aos valores que cada segmento receberá do total do 13°, os trabalhadores dos setores público e privado com carteira assinada correspondem a 76,8% e receberão R$ 1,57 bilhão no Estado. Aposentados e pensionistas do INSS equivalem a 23,2% e receberão R$ 476 milhões e empregados domésticos com carteira de trabalho correspondem a 0,8% do total e receberão R$ 15 milhões.

O segmento dos trabalhadores no mercado formal apresentou recuo de 3,1% no número de beneficiários, enquanto os aposentados e pensionistas cresceram 3,4%. “Os aposentados têm tido reforço na renda por conta da implantação da regra de aumento real no salário mínimo”, finaliza Seixas. O valor médio a ser pago no Amazonas será de R$ 2.085,49, um aumento de 10,2% em relação ao valor médio pago em 2015 o que significaria incremento de 2,5% acima da inflação estimada para 2016.

Cenário Nacional

O pagamento do 13º salário deverá injetar cerca de R$ 197 bilhões na economia brasileira. O valor previsto equivale a 3% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo o levantamento do Dieese. Em todo o país, cerca de 84 milhões de brasileiros serão beneficiados com um rendimento adicional de R$ 2,192 em média.