Sob influência do El Niño, rios Negro e Solimões podem ter vazantes intensas


Rio Negro em Manaus. Foto: Chico Batata/Cedida

MANAUS – Dois dos principais rios do Amazonas podem enfrentar vazantes intensas neste verão amazônico. Os rios Solimões e Negro apresentam níveis preocupantes em seus altos cursos. Quando estas situações acontecem, os municípios que só têm acesso por via fluvial podem ficar isolados. Uma série de fatores colabora para o agravamento da situação, entre eles o fenômeno El Niño.De acordo com o CPRM, os municípios de Benjamin Constant (a 1.121 quilômetros da capital) e Fonte Boa (a 678 km) e Tabatinga (a 1.108 km), no Solimões; e São Gabriel da Cachoeira (a 852 km) e Barcelos (a 399 km), no Negro, podem ser prejudicados em breve por vazantes mais intensas que o normal. “Nestas regiões, estes rios já estão com níveis preocupantes”, revela o superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) no Amazonas, Marco Oliveira.

O superintendente explica que ainda é cedo para prever o nível mínimo dos rios, mas diz que se o ritmo das águas continuar como está, a vazante será mais intensa que o normal. Segundo informações do CPRM e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño pode agravar a situação.Segundo informações do G1 Amazonas, embarcações de grande e médio porte, que transportam cargas e passageiros, já não conseguem se aproximar dos portos de Fonte Boa e Benjamin Constant. Ainda de acordo com a matéria, barcos de transporte fluvial misto (cargas e passageiros) evitam se aproximar da orla de Benjamin Constant, pois há risco de acidentes como colisões contra troncos de madeira e encalhe em bancos de areia. As embarcações param mais de 15 km de distância do porto.
Para que pessoas e produtos cheguem aos municípios é preciso fazer o transbordo para pequenas embarcações no meio do rio.
El Niño
“O El Niño é o fenômeno climático que ocorre com o aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Ele provoca altas temperaturas e escassez de chuvas na Amazônia”, explica o meteorologista do Inmet, Gustavo Ribeiro. A última ocorrência do fenômeno foi registrada em 2010. Neste mesmo ano, o chegou ao menor nível já registrado em Manaus, 13,63 metros (m). Na época, o Solimões, em Fonte Boa, também registrou sua maior vazante, com 8,02 m.
O meteorologista diz que a previsão para o Amazonas é de chuvas abaixo do normal até dezembro. “Estamos passando pelo verão amazônico, onde é normal chover pouco, e pode ser que fiquemos assim até dezembro”, explica.
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