A história da Amazônia indígena foi escrita por grandes líderes. Figuras como Ajuricaba, líder dos Manáos, iam de encontro aos interesses dos exploradores europeus.
A história da Amazônia indígena foi escrita por grandes líderes. Figuras como Ajuricaba, líder dos Manáos, iam de encontro aos interesses dos exploradores europeus. Hoje, os líderes indígenas lutam contra a exploração mineral, o desmatamento e as mazelas sociais trazidas por interesses econômicos e a defesa do reconhecimento das terras indígenas. O Portal Amazônia selecionou alguns nomes de destaque do movimento indígena brasileiro.
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O pajé e líder Yanomami segue os mesmos passos do cacique Raoni como liderança indígena brasileira de projeção internacional. Davi Kopenawa é mais conhecido no exterior que no Brasil. Prova disso é a publicação da autobiografia “La chute du ciel” (A queda do céu), em 2010, somente na França. O livro, escrito em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert, possui tradução para o inglês. Entre os admiradores do líder indígena, está o rei Harald V da Noruega. Em 2013, o monarca nórdico visitou a Terra Indígena Yanomami e passou quatro dias na aldeia Watoriki, onde David mora, dormindo em rede e comendo a mesma comida que os indígenas. O reconhecimento da atuação de Kopenawa da defesa dos direitos indígenas e da floresta foi laureada com diversos prêmios, entre eles a Global 500, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (1989); e a Ordem do Rio Branco ao grau de Cavaleiro, em Brasília (1999). Além disso, em 2009, foi homenageado pelo comitê Bartolomeu de Las Casas, em Madrid.
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É uma das maiores vozes do movimento indígena brasileiro. Nasceu em 1974, em uma aldeia do povo Guajajara/Tentehar, na região de Floresta Amazônica do Maranhão. Soninha, como é carinhosamente conhecida, é a atual coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mas esteve por dois mandatos à frente da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão e foi vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab) por cinco anos. Ela já acumula 25 anos de luta na defesa dos direitos dos povos indígenas.
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Liderança indígena Macuxi e um dos maiores defensores do reconhecimento da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no Estado de Roraima. Jacir nasceu no dia 7 de setembro de 1947, na comunidade indígena do Lilás, na própria Raposa Serra do Sol. Aos 26 anos foi alçado ao posto de tuxaua da sua aldeia. O momento era crítico para os indígenas do Norte de Roraima, os garimpos avançavam sobre as terras indígenas e com eles alcoolismo, violência e doenças. Jacir conseguiu unir todos os tuxauas da região para ajudar os chefes de comunidades no combate as mazelas que ameaçavam os indígenas. A ideia fez sucesso e várias comunidades indígenas aderiram a iniciativa que, mais tarde, se tornou o Conselho Indígena de Roraima (CIR).