Conheça quatro das principais lideranças indígenas da Amazônia

A história da Amazônia indígena foi escrita por grandes líderes. Figuras como Ajuricaba, líder dos Manáos, iam de encontro aos interesses dos exploradores europeus.

A história da Amazônia indígena foi escrita por grandes líderes. Figuras como Ajuricaba, líder dos Manáos, iam de encontro aos interesses dos exploradores europeus. Hoje, os líderes indígenas lutam contra a exploração mineral, o desmatamento e as mazelas sociais trazidas por interesses econômicos e a defesa do reconhecimento das terras indígenas. O Portal Amazônia selecionou alguns nomes de destaque do movimento indígena brasileiro.

 
Raoni Metuktire


Foto: Arquivo/Agência Brasil
Cacique Raoni, como é conhecido, talvez seja o líder indígena mais famoso do país. Nascido em 1930, no Mato Grosso, na vila Krajmopyjakare, hoje conhecida como Kapôt, ele pertence ao povo Kayapó e aprendeu português com os irmãos Villas-Bôas. Raoni conquistou fama internacional por sua luta pela preservação da Amazônia. A marca registrada é o adorno em forma de disco que usa no lábio inferior. Na Internet, são comuns imagens dele ao lado de personalidades internacionais como o cantor Sting e o ex-presidente francês Jacques Chirac. O cacique também é figura comum em protestos e mobilizações indígenas em todo o Brasil, seja em pequenos municípios ou na capital federal. Seu nome já foi cotado mais de uma vez para candidato ao prêmio Nobel da Paz, mas a iniciativa ainda não se concretizou.
 

Foto: Fiona Watson/Survival

O pajé e líder Yanomami segue os mesmos passos do cacique Raoni como liderança indígena brasileira de projeção internacional. Davi Kopenawa é mais conhecido no exterior que no Brasil. Prova disso é a publicação da autobiografia “La chute du ciel” (A queda do céu), em 2010, somente na França. O livro, escrito em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert, possui tradução para o inglês. Entre os admiradores do líder indígena, está o rei Harald V da Noruega. Em 2013, o monarca nórdico visitou a Terra Indígena Yanomami e passou quatro dias na aldeia Watoriki, onde David mora, dormindo em rede e comendo a mesma comida que os indígenas. O reconhecimento da atuação de Kopenawa da defesa dos direitos indígenas e da floresta foi laureada com diversos prêmios, entre eles a Global 500, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (1989); e a Ordem do Rio Branco ao grau de Cavaleiro, em Brasília (1999). Além disso, em 2009, foi homenageado pelo comitê Bartolomeu de Las Casas, em Madrid.

 
Sônia Guajajara

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

É uma das maiores vozes do movimento indígena brasileiro. Nasceu em 1974, em uma aldeia do povo Guajajara/Tentehar, na região de Floresta Amazônica do Maranhão. Soninha, como é carinhosamente conhecida, é a atual coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mas esteve por dois mandatos à frente da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão e foi vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab) por cinco anos. Ela já acumula 25 anos de luta na defesa dos direitos dos povos indígenas.

 
Jacir de Souza Macuxi

Foto: Diego Bavareli/MSF

Liderança indígena Macuxi e um dos maiores defensores do reconhecimento da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no Estado de Roraima. Jacir nasceu no dia 7 de setembro de 1947, na comunidade indígena do Lilás, na própria Raposa Serra do Sol. Aos 26 anos foi alçado ao posto de tuxaua da sua aldeia. O momento era crítico para os indígenas do Norte de Roraima, os garimpos avançavam sobre as terras indígenas e com eles alcoolismo, violência e doenças. Jacir conseguiu unir todos os tuxauas da região para ajudar os chefes de comunidades no combate as mazelas que ameaçavam os indígenas. A ideia fez sucesso e várias comunidades indígenas aderiram a iniciativa que, mais tarde, se tornou o Conselho Indígena de Roraima (CIR).

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