Colaboração militar entre países da Amazônia Internacional é destaque em Seminário
Foto: Divulgação/ CMAMANAUS – A colaboração entre os Países da Amazônia é fundamental para garantir a segurança em suas fronteiras. Essa foi a tônica da abertura do I Seminário Internacional de Operações na Selva na manhã desta terça-feira (17), em Manaus. O evento é coordenado pelo Comando Militar da Amazônia (CMA) e se estenderá até o dia 19 de novembro com palestras e exposições.
A abertura do evento foi realizada pelo governador do Amazonas, José Melo, que discursou para uma plateia de civis e militares, brasileiros e estrangeiros. "Com o mundo globalizado não podemos mais pensar somente lá fora", destacou. "A militarização de fronteiras não pode ser unilateral", completou. “Temos a necessidade de fechar as nossas fronteiras de Norte a Sul para evitar que drogas e armas entrem no Brasil, pois isso sustenta a violência do tráfico de drogas. E quem pode fazer isso são as Forças Armadas”, acrescentou.
O general de Exército e Chefe Conjunto de Estado-Maior das Forças Armadas, José Carlos de Nardi, foi um dos palestrantes que veio de Brasília para a abertura do evento. Ele falou sobre a importância das operações realizadas nas fronteiras para resguardar a soberania dos Países e as pessoas que moram nas áreas. “As Forças Armadas possuem poder de polícia nestes locais numa área chamada Faixa de Fronteira, que fica até 150 quilômetros interior a dentro. A Polícia Federal também atua como sentinela”, explicou aos presentes falando sobre as peculiaridades das fronteiras.
Visitantes
Além dos militares brasileiros, o evento contou com a participação de militares e representantes da África do sul, Angola, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Guatemala, Inglaterra, Itália, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Portugal, República Dominicana, Senegal, Uruguai, Venezuela, Índia, Sri lanka e Vietnã.
O tenente-coronel canadense Caron e o capitão americano Matthews vieram pela primeira vez ao Brasil e estavam ansiosos para saber como o Exército Brasileiro atua na selva. “Essa experiência é única, pois não existem lugares como a selva amazônica no Canadá”, disse Caron. “Para os Estados Unidos é muito importante ter essa experiência, pois lá o ambiente também é diferente”, afirmou Mathew, que serve em uma escola militar no Havaí.
Desafios
As Forças Armadas do Brasil realizam diversas operações nas fronteiras da Amazônia Ocidental. A área abrange os Estados de Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Além das ações isoladas, os militares também dão apoio ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Polícia Federal.
“O nosso maior desafio é vigiar as fronteiras. Precisamos de mais recursos e mais tecnologia para atuar com o mesmo efetivo como sensoriamento remoto, drones e cobertura de satélites”, diz o comandante militar da Amazônia, general Guilherme Theophilo. “Hoje, o ponto mais preocupante é a Calha do Rio Solimões onde fica a tríplice fronteira de Tabatinga [Brasil], Letícia [Colômbia] e Santa Rosa [Peru]. Onde estamos com a Base Anzol, que são duas grandes balsas a 45 minutos de Tabatinga em direção à Manaus”, revela.
De acordo com o comandante, o CMA tem cerca de 20 mil homens nos quatro estados da Amazônia Ocidental que abrangem quase 11 mil quilômetros de fronteiras internacionais com Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. A estrutura disponível é de 12 aeronaves, quatro brigadas de infantaria de selva e apoio de logística, manutenção, suprimento e artilharia antiaérea para os 24 pelotões especiais de fronteira.
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