Manaus 30º • Nublado
Sexta, 19 Abril 2024

Amazonas está entre os menos competitivos do Brasil, segundo pesquisa



MANAUS
- O Amazonas é o 15º Estado brasileiro em competitividade, segundo o Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a consultoria Tendências e com a Economist Intelligence Unit (EIU), a divisão de pesquisas e análises do mesmo grupo que edita a revista inglesa The Economist.
A análise, publicada na edição da revista Veja de 6 de janeiro de 2016, aponta quais são os Estados mais competitivos do País, levando-se em consideração 64 indicadores em 10 áreas como infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado, inovação e solidez fiscal. Com 48 pontos na média geral, em uma escala na qual 0 é a pior avaliação e 100 é a pontuação máxima para cada indicador, o Amazonas é o segundo estado melhor colocado na Região Norte, atrás apenas do Tocantins (14º colocado, com 49 pontos).
Além do Tocantins, estão também à frente do Amazonas todos os Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, mais o Distrito Federal e os Estados nordestinos de Pernambuco e Bahia. Mesmo assim, a média total do Amazonas supera a média nacional (37 pontos).
O economista José Alberto Machado explica que competitividade é o conjunto de elementos que torna a produção mais barata e são exatamente esses fatores que faltam à indústria local. Ou seja, o custo de produzir em Manaus é muito maior, não só por conta dos insumos diretos, como comunicação, energia, infraestrutura, logística, entre outros, mas também pela insegurança jurídica, custos do frete e uma série de elementos que derrubam a competitividade do estado. “Ser competitivo é produzir mais com menos custos. É a somatória de fatores que tornam a produção menos cara do que em outras regiões e, neste ponto, nós não temos nenhum tipo de atrativo, a não ser o incentivo fiscal, que possa atrair mais empresas. Isso é o que está na análise de todos os especialistas. Se quisermos ter alguma relevância econômicas essas são as agendas que não podem mais ser adiadas. Agora as questões vão ficar mais sérias porque, como o estado perdeu a capacidade de investimentos devido à queda violenta da arrecadação”, prevê o especialista.
Pior infraestrutura O que mais chama a atenção no levantamento, no entanto, foi a nota amazonense no quesito infraestrutura, que analisou itens como energia, rodovias e telecomunicações, entre outros. Com apenas 33 pontos, o Amazonas foi o segundo pior estado em infraestrutura, à frente apenas do Estado do Acre, que ficou com a nota zero nesta avaliação. A média nacional para este quesito ficou em 53 pontos. Neste pilar, o Amazonas ficou entre os piores do país em seis dos 11 indicadores analisados: acesso à energia, acesso às telecomunicações, custo dos combustíveis, custo do saneamento básico, mobilidade urbana e qualidade das rodovias.
Outro pilar no qual o Amazonas se destacou negativamente, figurando entre os cinco piores do país segundo a pesquisa, foi Sustentabilidade Social. Na avaliação, que analisou questões como saúde, desigualdade social e saneamento básico, o estado aparece como o quarto pior do Brasil, com 26 pontos, à frente apenas dos Estados de Alagoas (23), Acre (20) e Maranhão (0).
Outro destaque negativo para o Amazonas é o pilar de Potencial de Mercado, no qual, com apenas 32 pontos, o Estado só superou Alagoas (30) e Acre (0). José Alberto Machado reitera o pensamento de que a baixa competitividade do Estado do Amazonas no cenário nacional é consequência de problemas que vão muito além da falta de infraestrutura. “Isso não é novidade, é realidade. Isso está presente há muito tempo em todo discurso interno no PIM sobre as dificuldades de infraestrutura, logística, custos, insegurança jurídica sobre os processos que temos na ZFM, o estado de anemia que a Suframa vem passando por todos esses anos. Temos um PIM sem diretrizes, sem planejamento estratégico. Somos completamente dependentes da Zona Franca, não temos um planejamento para dizer para que rumos nós iremos. Por tudo isso, este resultado não surpreende” Em contrapartida, o Amazonas foi destaque positivo quando analisada a solidez fiscal, ou seja, o grau de endividamento público e investimentos. Segundo o ranking, o estado é o segundo melhor colocado do país, com 99 pontos, perdendo apenas para o Espírito Santo (100).
A sustentabilidade Ambiental também é um dos pontos fortes do Estado do Amazonas segundo a pesquisa, quesito no qual aparece na quinta colocação. Os dados completos estão disponíveis no site www.rankingdecompetitividade.org.br.

Veja mais notícias sobre Cidades.

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 19 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://portalamazonia.com/