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Quarta, 24 Abril 2024

Brasil e França discutem impactos da ponte binacional na fronteira do Amapá

Brasil e França discutem impactos da ponte binacional na fronteira do Amapá
Amapá e Guiana Francesa são ligados por via terrestre desde março. Foto: Divulgação/Préfecture de la Guyane
Com pouco mais de um mês inaugurada, e ainda com restrições de tráfego, a Ponte Binacional Franco-Brasileira, no Amapá, será tema de discussão na sexta-feira (28). Uma reunião com representantes do Brasil e da Guiana Francesa vai levantar os impactos da abertura da estrutura, com a finalidade de otimizar a relação na fronteira entre os países nos aspectos econômicos, sociais, políticos e de imigração.

A reunião vai acontecer a partir de 8h, no Fórum de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, na divisa com a cidade francesa de Saint-Georges. Vão participar membros dos governos estadual e federal, da Assembleia Legislativa (Alap), além de políticos e representantes da Guiana Francesa.

O deputado estadual Paulo Lemos, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Alap, disse que após o encontro será montado um relatório com pontos prioritários para facilitar o comércio de cargas entre os dois países, que está limitado por falta de acordos internacionais.

A ponte é a única ligação terrestre do Brasil com a União Europeia, através da Guiana Francesa, que é denominado território ultramarino da França. A estrutura foi aberta em 18 de março somente para veículos de passeio, que, partindo do Brasil, estão sujeitos ao pagamento de um seguro de 175 euros, seguindo normas europeias de tráfego.

"A abertura da ponte gerou um novo momento. Temos a questão do comercial, dos catraeiros, a situação do transporte clandestino, pois temos denúncias de transporte ilegal de Saint-Georges para Macapá. Vamos aprovar o relatório e dar a resposta para a sociedade", frisou Lemos.

A abertura da ponte, assim como a situação dos atoleiros na BR-156, tem afetado diretamente a economia de Oiapoque, considerada a quarta do Amapá. Desde o início do ano, as perdas têm chegado a 60%, segundo a Associação Comercial e Industrial de Oiapoque (Acoi).

Em entrevista ao G1 no dia 18 de abril, o presidente da Acoi, Isaac Silva, disse que a ponte limitou o tráfego de veículos nas duas cidades ao invés de facilitar a travessia. A viagem por meio de balsas e embarcações pelo rio Oiapoque foi suspensa, reduzindo a arrecadação da categoria, além de limitar a passagem entre as duas cidades em horários pré-definidos.

"O setor de restaurantes reclama, pois a ponte tem uma abertura pré-definida. Fechando ao meio-dia e abrindo às 14h, isso dificulta, pois o motorista que pensa em comer aqui tem que passar bem cedo. No horário oportuno para os restaurantes, ela [a ponte] está fechada. E ainda tem os fins de semana quando também não pode passar", lamentou, na ocasião.

Crise na Guiana

Além da baixa financeira que acontece na cidade a situação ficou ainda pior em Oiapoque por causa da greve geral que na Guiana Francesa desde o início de março. O movimento que fechou bancos, serviços e estradas no país vizinho reduziu o comércio do euro na fronteira.

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