Acervo conta com documentos do Poder Executivo e do funcionalismo público, da intendência provincial à gestão atual da prefeitura de Manaus
Uma vez identificada a relevância desses documentos históricos, a ideia, segundo o presidente do Concultura, o escritor Tenório Telles, é de buscar e direcionar recursos para melhor estruturar esses arquivos e até criar salas como “museus-bibliotecas”.
“Temos um patrimônio de documentos históricos muito rico, que contam nossa história administrativa e civilizatória, desde o período Imperial até nossos dias, e eles precisam ser disponibilizados à sociedade para o exercício pleno da educação e cidadania. Todos os nossos futuros projetos terão essa finalidade, de resgatar nossa história para compartilhar, inclusive, nas salas de aulas”, destacou Tenório.
Na última quinta-feira (18), o vice-presidente do conselho, Neilo Batista, esteve na sede do Arquivo, localizada no centro da cidade, realizando uma visita institucional. A ideia é que os documentos históricos possam subsidiar futuros projetos culturais realizados pela prefeitura.
A valorização dos acervos documentais do município é uma das ações da nova gestão do Concultura. Segundo Neilo, visitas como essa acontecerão a outras instituições, que também possuem arquivos documentais com valor histórico.
“Sabemos da importância desses documentos e também das dificuldades de conservá-los. Além disso, entendemos a importância da disponibilização de todo esse material a pesquisadores e ao público em geral”, ressaltou Neilo.
Hoje, o arquivo público da prefeitura de Manaus está com 30% do acervo digitalizado e conta com estantes fixas e deslizantes, que abrigam os milhares de documentos da municipalidade.
Público interno e acadêmico
A função do Arquivo Municipal é fazer a conservação dos documentos do gabinete do prefeito e secretarias, como portarias e atos administrativos, guardando as pastas funcionais dos servidores e fotografias que registram as obras, fiscalizações e vistorias das ações da municipalidade.
“Além de sua função administrativa, o Arquivo Público atende acadêmicos, que vão desde os alunos do ensino fundamental aos pesquisadores de universidades locais, nacionais e até internacionais, como de Portugal”, informa a diretora do Arquivo, Nereida Carvalho Amore.
“Temos no acervo, documentos públicos que remontam do final do século 18 ao período de transição do Império para a República e até os dias atuais. Uma coleção de registros preciosos para a história das políticas públicas municipais, da Belle Époque à Zona Franca de Manaus”, comentou o historiador e chefe de Conservação do Acervo, João da Silva Lopes, mostrando uma portaria assinada pelo intendente Adolpho Lisboa, de 1906.