Série Encontro das Águas realiza espetáculos musicais inéditos em Manaus

O que Dragon Ball, Jurassic Park e Psicose tem em comum? Além de serem ícones da TV e do cinema, as trilhas sonoras são inesquecíveis. E, pela primeira vez no Brasil, uma orquestra reunirá esses e outros sucessos em seções temáticas. Trata-se da Série Encontro das Águas, com o tema ‘A Sétima Arte‘, que reúne a Amazonas Filarmônica, a Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA) e diversos corpos artísticos em apresentações no Teatro Amazonas, em Manaus, a partir do dia 20 de julho.

O regente das duas orquestras e diretor dos Corpos Artísticos do Amazonas, maestro Marcelo de Jesus, recebeu equipe do Portal Amazônia e alguns convidados no ensaio desta sexta-feira (14), no Teatro Amazonas.  

Foto: Clarissa Bacellar/Portal Amazônia
O maestro explicou que este ano a série se transformou em uma verdadeira “jornada”, em que serão apresentados quatro espetáculos diferentes. “Fizemos alguns cortes porque senão cada música iria durar 10 minutos, elas são extensas, e isso não ficaria bom. Iremos acompanhar as cenas que passarão na tela, tocando esses trechos”, contou.

Outra cara

A ‘Série Encontro das Águas’ é realizada anualmente pela Secretaria de Estado de Cultura, por meio dos Corpos Artísticos do Amazonas. Foi criada em 2015, como uma forma de unir visões artísticas que, em teoria não estariam juntas, como, por exemplo, a música erudita e a música popular.

“Muitos diretores não usavam trilha sonora. Pegavam músicas de compositores que não foram escritas para aquilo e, na visão deles, achavam que aquela música podia servir para aquela cena. Um exemplo é Laranja Mecânica, que tem a nona sinfonia de Beethoven. A música tem um outro caráter, completamente diferente do original. Se for ouvir a sinfonia deslocada do filme, é de alegria, e no filme passa exatamente o contrário. Isso é o legal da música”, comentou Marcelo de Jesus sobre o uso das músicas nos clássicos da sétima arte.

De acordo com o maestro, o intuito da inclusão dessas vertentes musicais em uma apresentação de orquestra, feito inédito em todo o País, é provocar. “Queremos que a pessoa saia daqui e vá procurar mais. Aqui não é o fim, é um estímulo. É mostrar para as pessoas que uma orquestra pode tocar a música do Dragon Ball Z, mas ela também toca Mozart. É para aproximar, mas não descontextualizar a orquestra”, explicou.

“Tudo isso é um desafio porque é completamente inédito no Brasil. Não existe nenhum lugar que faça um espetáculo desse tipo. Nós faremos quatro espetáculos com tudo diferente em quatro dias, mas eu acredito que isso é o que nos move como artistas. E para essas noites temos muito mais surpresas”, afirmou.

Concertos 

O primeiro que compõem a série é o espetáculo ‘A Sétima Arte: Aquarela Sinfônica’. “O nome é esse porque encerramos com Aquarela do Brasil, que lembra o desenho ‘Você foi à Bahia?’, com o Zé Carioca”, informou o maestro. Obras como ‘O Aprendiz de Feiticeiro’, de Paul Dukas, trilha sonora da animação da Disney, fazem parte desta apresentação.

Quando:
quinta-feira (20), 20h, e sábado (29), 20h.

Confira um trecho de ‘Aquarela Sinfônica’:

O segundo é ‘A Sétima Arte: Clássica Cult’. “Tem de todos os tipos, desde Uma linda mulher até o Quinto Elemento, que é um filme que fica ali naquele limite de cult e caricato, mas que possui uma referência musical muito forte”, adiantou Marcelo de Jesus. Além deste, trilhas de filmes como ‘Psicose’, de Alfred Hitchcock, compõem este espetáculo que contará com a participação da soprano Dhijana Nobre, do Coral do Amazonas.

Quando:
sexta-feira (21), 20h, e tem quinta-feira (27), 20h.

A terceira noite é uma novidade, com ‘A Sétima Arte: Música de Anime’. Nesta noite a OCA e o naipe de metais e percussão da Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica tocarão trechos de desenhos japoneses como Os Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon, Dragon Ball Z e o filme A Viagem de Chihiro.

“Talvez esse seja o mais diferente. Em três anos da Série, toda vez pediam anime. Fazer música de anime é muito complicado porque é preciso contratar um arranjador e foi isso que a gente fez. O processo foi difícil, primeiro na escolha do que tocar e depois em algumas liberdades que tomamos, como a inclusão de Ultraman, por exemplo, que não é anime, mas tem a linguagem japonesa”, revelou o maestro.

Quando:
sábado (22), 20h, e sexta-feira (28), 20h.

Para encerrar a série, o concerto ‘A Sétima Arte: A Música de John Williams’ homenageia o compositor das trilhas de filmes aclamados: Indiana Jones, Jurassic Park, Harry Potter e Star Wars. Este espetáculo contará também com a regência de Otávio Simões.

“É mais ou menos um apanhado do que a gente já tem feito nesses três anos com as músicas do John Willians. A série começou por acaso. A gente programou na Série Guaraná músicas de Star Wars em um concerto ‘normal’, porque a linguagem combinava. Eu não imaginei o que aconteceria. Repetimos esse concerto 11 vezes. Então tínhamos que pensar em algo para esse público, que foi como nasceu o Encontro das Águas. Um crossover do que vai além do comum para uma orquestra sinfônica”, revelou De Jesus.

Quando: domingo (23), às 17h, com reapresentação às 19h, e domingo (30), nos mesmos horários.

Os ingressos para plateia e frisas: R$ 80 (inteira), R$ 40 (meia); 1° pabvimento R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia); 2° pavimento R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia); e 3° pavimento R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia). Como parte da programação da Virada Sustentável, o concerto do dia 27 de julho terá entrada franca. A classificação indicativa é livre em todos os espetáculos. Para mais informações: (92) 3232-1768.

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