”Sol de Setembro” é o segundo clipe de seu projeto que consiste no lançamento de três obras audiovisuais até o fim do ano
Produzido e filmado em casa pela própria artista, ”Sol de Setembro” integra uma série de clipes previstos ainda para esse ano. As cenas misturam nuances do cotidiano da quarentena, altos e baixos, bastidores de gravações e um relacionamento poliamoroso virtual.
Acordes de guitarra remetem ao início da carreira de Elisa, com fortes referências ao reggae que incorporam um groove hipnótico e poderoso. Clássicos como ‘Survival’, do Bob Marley e ‘I Don’t Want: The Gold Fire Sessions’, da americana Santigold, são algumas das inspirações.
A letra fala sobre o transbordar em águas, corpos que não matam sedes e uma solidão típica de quem acorda e prefere não olhar o sol. Pontua também sobre os corpos que sofrem mais durante o Sol de Setembro, considerado o mês mais quente na região.
Produção em casa
O clipe é gravado de maneira responsável e consciente. Elisa realizou reuniões de roteiro e direção artística remotamente, se filmou em seu quarto e quintal na casa que foi construída pelos seus pais e projetada por ela.
“Achei que eu ia passar três dias me filmando, mas passei dez, foi mais difícil do que eu imaginei. No primeiro momento eu achei que fosse ser um diário de quarentena, mas tinha um roteiro e coisas específicas pra filmar, basicamente é tudo dentro do meu quarto e banheiro, e tem uma cena externa que fiz na parede do quintal da minha casa”, descreve a cantora.
Elisa Maia foi a responsável por toda a filmagem, que também assina a direção em parceria com Victor Kaleb. Ele de forma remotamente, norteou os trabalhos. O roteiro foi construído coletivamente pela cantora, Victor Kaleb e Anália Nogueira, durante reuniões virtuais. O single ainda tem parceria na produção musical com Bruno Prestes e piano acústico por Ian Fonseca, da banda Supercolisor. Na finalização Rafaela Prestes (mixagem) e Fernando Sanches (masterização, no Estúdio El Rocha).
Setembro no Norte
Além de ser um mês de temperatura quente, setembro é um mês dedicado aos cuidados com a saúde mental. Elisa Maia continua entregando em suas produções uma música com relevância social que comunica com referências da Região Norte. “Acho importante ressaltar que essa canção é, acima de tudo, sobre passar por momentos de extrema dor em um contexto muitas vezes solar, onde não é possível parar, mesmo que tudo que se queira é não levantar da cama. E isso também fala muito sobre o que é ser uma mulher negra. Mas, ao mesmo tempo, ao viver e refletir sobre tudo isso, sentir que é possível se tornar cada vez mais agente da própria afetividade e encontrar toda água necessária para transbordar dentro de si mesma”, conclui.