Conheça Claudio Santoro, um dos mais inquietos e polivalentes músicos do Amazonas

Menino prodígio, Claudio Santoro logo na infância mostrou talento para música e, com o tempo, ganhou destaque internacional

Dentro do Sambódromo de Manaus (AM) funciona o Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, considerado uma das primeiras escolas públicas de artes da Região Norte. 

Portal Amazônia quer saber: você sabe dizer quem foi o músico Claudio Santoro, o artista que dá nome a instituição?

O artista se apaixonou pela música desde criança. Foto: Reprodução/Acervo/Claudio Santoro

Nascido no dia 23 de novembro de 1919, em Manaus, Claudio Franco de Sá Santoro logo mostrou o seu talento musical. Sua relação com a música iniciou aos 11 anos, quando ele passou a se dedicar ao violino. Em 1933, o jovem Claudio ganhou uma bolsa de estudos do governo amazonense para ingressar no Conservatório de Música do Distrito Federal, quando o Rio de Janeiro ainda era a capital federal.

Depois de finalizar a graduação, o músico se dedicou a passar o seu conhecimento para outros jovens. A partir disso, seu talento começou a chamar atenção das pessoas e ele conseguiu uma vaga para na fundação da Orquestra Sinfônica Brasileira como primeiro violinista. 

Alguns anos depois, o artista recebeu uma bolsa de estudos da Fundação Guggenheim, de Nova York (EUA). Porém, teve o visto negado e não pode viajar para os Estados Unidos.

Talento de Claudio Santoro foi reconhecido internacionalmente. Foto: Reprodução/Acervo/Claudio Santoro

No entanto, a musicalidade de Claudio encontrou outra oportunidade para ganhar o mundo. No ano de 1947, o artista manauara obteve uma bolsa do governo francês para estudar no Conservatório de Paris. De volta ao Brasil, dois anos depois, ele passou a compor para o cinema e projetos do rádio.

Em 1962, Claudio passou a coordenar o Departamento de Música da Universidade de Brasília. Após três anos, o artista pediu demissão, porque não aceitava a decisão dos militares de demitir os professores que não concordavam com o regime. Entre 1970 e 1978, ficou exilado na Alemanha, onde catapultou o seu nome em nível internacional.

Ele retornou à Universidade de Brasília, dessa vez, para chefiar o Departamento de Artes. No início dos anos 80, Claudio fundou a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, que comandou até sua morte. O músico morreu no lugar que tanto amava, o palco, durante um ensaio em 1989.

Conquistas 

Claudio foi distinguido com os seguintes Prêmios: Orquestra Sinfônica Brasileira (1943),

Chamber Music Guild de Washington e RCA Victor (1944),
Interventor Dornelles (1945),
Guggenheim Foundation Fellowship (New York, 1945),
Governo Francês para estudos de pós graduação em Paris (1947),
Lili Boulanger (Boston, 1948),
Berkshire Music Center (Boston, 1949),
Medalha de Ouro da Associação de Críticos Teatrais do Rio de Janeiro (1950),
Numerosos prêmios para trilha sonora de filmes, inclusive o Estadual de São Paulo e Medalha de Ouro da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (entre 1951 e 1958),
Internacional da Paz (Viena, 1953),
Saci (Oscar brasileiro, 1954),
Estado de São Paulo (1959),
Teatro Municipal do Rio de Janeiro (1960),
Ministério da Educação e Cultura (pela inauguração de Brasília -1960),
Associação Jornalistas de Brasília (1964),
Jornal do Brasil (1965),
Melhor Obra do Festival da Guanabara (1970),
Governo do Estado do Rio (1973),
Golfinho de Ouro (1977),
Moinho Santista (1979),
Ciccilo Matarazzo (1985),
Shell (1985),
Lei Sarney (1987).

Recebeu as seguintes condecorações:

Governo do Amazonas (1969),
Bundesverdienstkreuz (Rep. Federal Alemã, 1979),
Medalha do Mérito do Estado do Amazonas (1982),
Ordem do Rio Branco (1985),
Ordem do Mérito de Brasília (1986),
Governo da Bulgária (1986),
Governo da Polônia (1987),
Ordem do Mérito do Alvorada (1987),
Governo da França (póstumo, 1989).

E a Câmara Legislativa do Distrito Federal – através de projeto da Deputada Lúcia Carvalho – concedeu-lhe o titulo de Cidadão Honorário de Brasília, em sessão solene realizada no Teatro Nacional Claudio Santoro em 1 de agosto de 2003. A Universidade de Brasília concedeu-lhe o título de Doutor Honoris Causa em 19 de outubro 2005.

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