O coordenador do departamento de economia urbana e finanças do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU Habitat), Marco Kamiya, confirmou durante reunião nesta quarta-feira (19) que a Amazônia tem sido vista com prioridade e que o órgão vai aprofundar o trabalho que já vem fazendo no Pará. Kamiya, que atua no escritório da ONU Habitat em Nairóbi, capital do Quênia, está também em Quito, no Equador, onde ocorre a III Conferência das Nações Unidas para a Habitação e o Desenvolvimento Urbano Sustentável.
O Pará já participou de uma mesa de discussão sobre a Nova Agenda Urbana e estará presente em outro painel de debates, especificamente sobre o desenvolvimento urbano na Amazônia, ainda nesta quarta-feira, a partir das 19 horas. “É muito importante quando falamos sobre o Pará aqui no espaço da ONU Habitat. Afinal, esse não é somente um tema brasileiro, não é somente um tema continental, da América Latina. É um tema global, pois é uma região fundamental para a questão das mudanças climáticas, incorpora os temas energéticos e temas sociais. E por isso temos conversado com o Pará para enfatizar o tema social, ao mesmo tempo das outras questões. Nesse sentido vamos apoiar o Governo do Pará para poder desenvolver as capacidades sociais e a inclusão social da região amazônica”, destacou Marco Kamiya.
Segundo ele, a ONU vai empreender no Estado um amplo esforço para o desenvolvimento de projetos e ações que têm como foco o desenvolvimento sustentável social. “O Pará pode esperar da ONU ao menos duas coisas. Primeiro: teremos um acompanhamento para que as equipes técnicas entendam e incorporem os indicadores sociais de desigualdade, pobreza e gênero, entre outros, dentro do projeto de desenvolvimento do Pará. E que isso esteja incorporado numa base sistêmica para discutir as políticas públicas com o governo central e também com governos internacionais, pois a ONU cumpre esse papel, afinal. Por fim, também vamos trabalhar para desenvolver sistemas e mecanismos de financiamento e fomento para melhorar a infraestrutura local”, destacou Kamiya.
Além do coordenador de economia urbana e finanças da ONU Habitat, o governador Jatene já esteve reunido com o diretor regional do Escritório para América Latina e o Caribe do programa, Elkin Velásquez; Eduardo Moreno, diretor de pesquisa e capacitação da ONU Habitat, e Claudio Acioly, chefe de Treinamento e Desenvolvimento de Capacitação, também da ONU Habitat.
Para o governador paraense, a Nova Agenda Urbana tem pontos que coincidem com as necessidades e a realidade da Amazônia. “Hoje, mais de 70% da população da Amazônia mora em cidades. Então precisamos ter marcos regulatórios que abriguem essa pluralidade de situações que historicamente não tem sido preocupação, justamente pela visão equivocada que se teve da Amazônia, como um grande vazio ou região de baixa realidade urbana. Por isso festejo a Nova Agenda Urbana, pois ela observa várias questões muito próximas da nossa realidade, e um exemplo é que ela não coloca a questão da população como definidor do que é ou não urbano”, destacou Jatene.