Programa Áreas Protegidas da Amazônia beneficia parque em Roraima

O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) mostra as mudanças que a iniciativa trouxe ao Parque Nacional do Viruá, no município de Caracaraí, centro-sul do estado de Roraima. Com mais de 227 mil hectares, a unidade contava apenas com sinalização antes de ser apoiada pelo Arpa. Agora, possui levantamento fundiário e novos equipamentos, além de receber incentivos à pesquisa e ao monitoramento, dentre outras melhorias. As informações são do Ministério do Meio Ambiente.

Foto:Reprodução/MMA

Também, graças ao programa, o Viruá pôde realizar seu plano de manejo. Os recursos garantiram a aquisição de equipamentos, serviços e materiais de consumo, que permitiram a estruturação dos diferentes programas de gestão da unidade e a execução de suas atividades de rotina”, explica a bióloga Beatriz de Aquino Ribeiro, chefe do Parque. Foram mais de R$ 4 milhões investidos na área desde o que o programa começou a apoiar a área, em 2004.

Com nome inspirado no igarapé, rio de águas escuras, o Viruá é formado, majoritariamente, por campinaranas em sua área total. “Esse ecossistema inclui desde extensas áreas abertas, com campos de paleodunas até florestas alagadas, formando um verdadeiro mosaico de ambientes que resultam em extraordinária biodiversidade”, conta Antonio Lisboa, geógrafo e analista ambiental do ICMBio. “As campinaranas sustentam uma enorme diversidade aquática e constitui um importante berçário para a manutenção do estoque pesqueiro na região”, completa.

A vocação para o turismo do Viruá é apresentada nos 80 quilômetros de trilhas, áreas de camping, e rios navegáveis, o que o qualifica como destino ideal para quem curte a natureza. Outro ponto de destaque no parque é a observação de aves. Lá é possível observar a beleza das mais de 530 espécies catalogadas. Por causa disso, a unidade de conservação bateu um recorde nacional: em 24 horas, 225 tipos de aves foram avistados.

Biodiversidade

Devido aos incentivos do Arpa na região, o Parque Nacional do Viruá atende a mais de 600 pesquisadores e é, segundo a gestão, um dos mais importantes polos de pesquisa da Amazônia. Os números impressionam: mais de 1.250 espécies de vertebrados estão catalogadas, o que incluem 500 de peixes, 119 de mamíferos e 120 de répteis, além de mais de 1000 de plantas.

Outro programa de destaque diz respeito à preservação das tartarugas no leito do rio Branco, em Roraima. A área citada é conhecida pelo tráfico dos répteis. “Foram possíveis até agora sucessivos recordes de apreensão de tartarugas adultas da Amazônia, resultando no resgate e devolução desses animais à natureza. As operações também ajudaram na prisão de diversas quadrilhas de traficantes que atuavam na região”, revela Beatriz de Aquino Ribeiro, gestora do Viruá.

Convenção Ramsar

Desde março de 2017, o Parque Nacional do Viruá foi certificado como Sítio Ramsar. Isso quer dizer que a área agora faz parte da Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional, a Convenção Ramsar.

O objetivo dessa iniciativa é oferecer mais ferramentas para a conservação destes ambientes, seja por meio de incentivos financeiros ou através de consultorias e orientações técnicas. Os sítios Ramsar são escolhidos baseados em critérios de notoriedade ecológica, bem como importância de nível social.

O Brasil conta com outras 19 áreas protegidas pela Convenção. Em 2017, seis unidades de conservação foram promovidas a sítios Ramsar, entre elas o Parque Nacional de Anavilhanas, no Amazonas; a Estação Ecológica de Taim, no Rio Grande do Sul; e a Reserva Biológica Federal do Guaporé, em Rondônia.

Programa

Com 114 unidades de conservação na lista, o Programa Áreas Protegidas da Amazônia é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente.

Em 8 de agosto, o Arpa completará 15 anos da assinatura do decreto. Já são mais de 59 milhões de hectares protegidos. Abrange os nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de parte do Mato Grosso e Maranhão.

O maior programa de conservação de florestas tropicais do planeta é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e conta com financiamento de organizações nacionais, como o Fundo Amazônia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e globais, por exemplo do Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) e o banco de cooperação do governo da Alemanha (KFW). 

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