Lama de rejeitos invade cidade de BH após rompimento de barragem; veja imagens

Uma barragem da mineradora Vale rompeu-se na cidade de Brumadinho, próxima a Belo Horizonte, nesta sexta-feira (25). As informações preliminares foram dadas pela Defesa Civil. A Vale do Rio Doce divulgou nota sobre o rompimento.

“As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens”, informou a empresa.
 

Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
O Corpo de Bombeiros informou que enviou três aeronaves para sobrevoar a área próximo à Mina Feijão, que se rompeu. Imagens divulgadas pelo órgão mostram um grande volume de rejeitos se dispersando no meio ambiente.

Também sobrevoam a área mais uma aeronave da Polícia Civil e um helicóptero do Exército. A Mina Feijão pertence à mineradora Vale e se situa no município de Brumadinho. A cidade, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, possui cerca de 36 mil habitantes e está a apenas 60 quilômetros da capital mineira.
 

Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação 

Hospital recebe vítimas

O Hospital João XXIII, instituição pública vinculada ao estado de Minas Gerais, em Belo Horizonte, informou em nota que acionou seu plano de atendimento para múltiplas vítimas de catástrofes. A iniciativa busca priorizar a assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem da Mina Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana.

A nota informa que às 15h deram entrada no hospital dois pacientes do sexo feminino trazidos por helicóptero. “Elas estão estáveis, conscientes e passam por avaliação. A diretoria do Hospital João XXIII pede que os casos não relacionados a esta tragédia sejam encaminhados para outras unidades de emergência”.

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Medidas preventivas

O governo de Minas Gerais divulgou nota que um gabinete estratégico de crise foi formado para acompanhar as ações. Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) não deu retorno. Informações sobre as características do rejeito ainda são desconhecidas, bem como não há estimativas do volume vazado.

Em Brumadinho, está situado o Instituto Inhotim, sede de um grande acervo de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Por precaução e segurança, os visitantes estão sendo evacuados. A medida foi anunciada por meio das redes sociais do instituto. “Aguardamos informações oficiais sobre o rompimento da barragem em Brumadinho”, acrescenta o comunicado.

A prefeitura do município lançou um comunicado em sua conta no Instagram pedindo que os moradores fiquem longe do leito do Rio Paraopeba. Segundo nota divulgada pela Vale, as primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram uma área administrativa da mina e parte da comunidade Vila Ferteco. A mineradora informou ter acionado o Corpo de Bombeiros e ativado o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. “A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”, acrescenta o texto.
 

Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação 

“Tragédia anunciada”

O Movimento dos Atingidos por Barragens prestou solidariedade hoje (25) aos atingidos pelo rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão, que pertence à mineradora Vale, no início da tarde. “Há apenas três anos do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, mais um crime contra a vida é fruto desse modelo que apenas provoca tragédias anunciadas”.

Por meio de comunicado, o movimento diz ter denunciado o atual modelo de mineração utilizado no país, citando “empresas privatizadas e multinacionais que visam ao lucro a qualquer custo”. “Mais uma vez, o lucro está acima de vidas humanas e do meio ambiente”, destacou a nota.

De acordo com o movimento, a barragem tem capacidade de 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos que, caso cheguem até o Rio Paraopeba, devem deixar um rastro de destruição, colocando em risco o abastecimento de milhares de famílias em mais de 48 municípios da Bacia do Paraopeba.

“Desde o ano de 2015, inúmeras denúncias vêm sendo feitas pelo risco de rompimento de barragens do complexo e, ainda assim, a Mina Córrego do Feijão teve sua ampliação aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental em dezembro do ano passado, 2018”, ressaltou o movimento.
 

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