Para conhecer melhor a recente descoberta, o Greenpeace, organização que atua na defesa do meio ambiente, está desenvolvendo uma segunda expedição, que começou no dia 2 de abril e segue até o final do mês, com um grupo de pesquisadores a bordo do navio Esperanza.
No ano passado já foi percorrido os setores centrais e sul, e nesta expedição, o navio percorrerá o setor norte dos recifes, com pesquisadores que coletarão novas amostras para análises, já dentro do navio. Um sonar é usado para mapear os corais, uma câmera submarina para fazer o registro fotográfico, e com o robô submarino para coleta.
Estão sendo coletadas esponjas, corais e rodolitos (algas calcárias), além de outras espécies que vivem no bioma. Também serão estudadas as correntes marítimas.
Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace, que também está embarcado, relata que a expedição tem o objetivo de entender melhor o recife de corais.
“Estamos na segunda expedição, e pretendemos aprofundar o conhecimento desse bioma único recém-revelado ao mundo, e já ameaçado pela industria petrolífera, que pretende explorar petróleo, ao lado dos corais”, disse.
Para Thiago, o grande desafio para que se manter os corais, é vencer a questão petrolífera que só aguarda a licença para exploração do petróleo na região, e isso leva à urgência de se discutir a questão.
“A licença para a Total explorar o petróleo na região pode sair a qualquer momento, e as empresas explorando lá, há o risco do vazamento, que pode atingir os corais. A própria Total fala em 30% de risco, mas esse número pode ser ainda maior, se levarmos em conta a forma como se dará a exploração”, disse.
Importância dos Corais
Os recifes de corais são importantes para o combate das mudanças climáticas, do aquecimento global e manutenção da vida marinha, é o que Thiago Almeida afirma. Confira no vídeo.
O que diz a empresa?
Em nota, a Total informou que submeteu ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) o Estudo de Impacto Ambiental para a atividade de perfuração que a empresa prevê realizar nos blocos que opera na Bacia da Foz do Amazonas. No momento, a empresa aguarda um posicionamento do órgão, no âmbito do processo de licenciamento ambiental em curso.