A ave foi batizada cientificamente como Thamnophilus divisorius, em homenagem ao local onde foi encontrada. Sua primeira aparição foi em 1994, mas somente em 2004 ela foi descrita e apresentada oficialmente. Desde então, mais ninguém havia tentado desbravar outras informações sobre a espécie.
A expedição foi montada no intuito de localizar a choca-do-acre e abrir informações para o público praticante de birdwatching [observação de aves], como parte do plano estratégico da Sema de fomento da atividade na região do Juruá. “A pesquisa foi um sucesso. Descobrimos a localização da espécie e como ela pode ser registrada fotograficamente sem maiores impactos. Divulguei as primeiras imagens da choca na comunidade de observadores de aves brasileira, que ganhou destaque”, frisou Ricardo.
Por se tratar de espécie endêmica – quando ocorre somente em uma determinada área ou região geográfica -, as imagens da choca-do-acre, fêmea e macho, repercutiram e foram classificadas como um dos registros mais importantes do ano. No site wikiaves é possível encontrar as imagens de Plácido e acessar mais informações sobre a espécie.
Ecoturismo
O ecoturismo no Acre tem crescido nos últimos anos, fruto dos investimentos do governo do Estado. De agosto a outubro deste ano, cerca de 20 observadores de aves estiveram no estado, gerando uma movimentação econômica de cerca de R$ 50 mil. No Brasil existem mais de duas mil espécies de aves, e mais de 710 estão no Acre.
A descoberta da localização dessa espécie rara vai aumentar o fluxo de turistas e pesquisadores na região, gerando aquecimento da economia local e preservação da natureza. “Além da choca-do-acre, diversas outras aves, com grau de raridade e beleza importantes e atrativas para a prática de observação, foram localizadas e registradas. Elas vão compor um catálogo das espécies que podem ser encontradas na região”, destacou Ricardo Plácido, responsável pelo fomento da atividade de observação de aves no estado.