Desenhista alemão registrou o dia a dia da região: habitação, caça e pesca.
Franz chegou ao Brasil em 1856; casou-se com a filha de Georg Leuzinger (fotógrafo, livreiro e editor suíço residente no Rio de Janeiro), que, aliás, nos anos de 1850 já contava também com uma tipografia e litografia, antes de se tornar um dos primeiros fotógrafos no Brasil.
Formado na Academia de Belas Artes de Karlsruhe, seu trabalho é pouco reconhecido no contexto da arte e da história brasileiras, e muito menos em Rondônia. Todo o livro de história que se preza deveria falar de Franz Keller como pioneiro, dada a sua importância no contexto historiográfico e, ainda, pelo valor estético do conjunto da obra.
O alemão voltou ao Rio de Janeiro; estava enfraquecido pelas febres e queimado pelo sol. Fixou moradia no Rio, aonde trabalhou no ateliê de seu sogro. No final de década de 1860 voltaria ao Norte, no atual estado do Amazonas, em companhia do fotógrafo alemão Albert Frisch (1840-c.1905).
Em 1873, Franz retornou a Alemanha para tratar de sua saúde debilitada por conta de suas aventuras na Amazonas. Naquele país ele relatou no livro “The Amazon and Madeira rivers” (Os rios Amazonas e Madeira), publicado em 1874, como eram a fauna, a flora e o dia a dia dos indígenas da região; fez o primeiro registro de que se tem notícia do mítico Pirarucu, o peixe gigante da Bacia Amazônica. Os olhares artístico e científico se encontraram na obra do alemão.
Fotografias, aquarelas e desenhos de sua autoria podem ser encontrados na coleção Dona Thereza Christina Maria, da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro; na coleção de Paulo e Maria Cecília Geyer; e também na coleção White Martins, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
O grande desenhista e pesquisador Franz Keller faleceu em 1890, em Munique, aos 54 anos.
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