“A pintura é a minha fuga para o surrealismo”, afirma Spagnollo.
A galeria da Fundação Cultural de Vilhena (sul de Rondônia) está mais colorida neste mês de fevereiro. A razão é a mostra de artes plásticas de João Ricardo Spagnollo, que ocupa o espaço com telas inusitadas que atraem cada vez mais os admiradores das pinturas contemporâneas. A exposição fica aberta ao público até o final de março, com entrada gratuita.
Nascido em Curitiba, o artista se mudou para Vilhena em 1976 e se formou em arquitetura em Campo Grande (MS) em 2000. Ele se destacou na cidade com o seu trabalho, tornando-se um dos profissionais mais requisitados. Mas ele foi além. Ele se dedicou a desenvolver vários experimentos artísticos.
“Minha mãe me incentivava nas artes. Meu pai dizia: isso não dá camisa para ninguém. Contra a vontade dele, eu tenho conseguido as minhas camisas”, brinca, satisfeito com a repercussão de suas obras. Algumas das telas de Spagnollo foram vendidas para os Estados Unidos e a França.
Na arquitetura, ele já havia percebido que cada espaço construído é também uma narrativa visual que conta uma história de funcionalidade, beleza e inovação. “Cada edificação é um elo entre sonho e realidade, uma materialização de ideias que ganham vida nas mãos de quem cria”, analisa.
Envolvido com esse universo, surgiu a necessidade de se expressar além dos cálculos, das linhas e das formas. A pintura foi um desafio e, ao mesmo tempo, um conforto para a alma. Surgiu a busca incessante pela tridimensionalidade manifestada em cada obra de arte. “A pintura é a minha fuga para o surrealismo, onde luzes e sombras dançam em uma coreografia única, criando reflexos e difrações que desafiam a realidade”, afirma Spagnollo, tentando explicar a sua arte inexplicável – como são todas as artes que falam por si mesmas. As dele são belas, intrigantes, iluminadas e provocantes no sentido de mexerem com a imaginação e os sentidos.
João Ricardo Spagnollo é, também, um mestre das palavras, escrevendo poemas e provocações. Ele é membro da Academia Vilhenense de Letras. No entanto, no caso das suas telas em exposição, elas falam por elas mesmas.
Sobre o autor
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