A porta-voz do Acnur, Katerina Kitidi, disse em Genebra que, apesar de estas pessoas não serem refugiadas, também precisam de proteção internacional. O maior número de candidatos de asilo encontra-se nas Américas.
A Acnur desenvolveu um plano de resposta regional que inclui oito países das Américas e do Caribe. Segundo a agência, “os governos têm sido generosos na sua resposta, mas as comunidades de acolhimento estão sob uma pressão cada vez maior e precisam urgentemente de apoio robusto.”
A agência da ONU pede aos Estados que “adotem medidas pragmáticas de proteção do povo venezuelano, como alternativas legais de permanência, incluindo vistos e autorizações temporárias”. Estes programas devem garantir acesso aos direitos básicos de cuidados de saúde, educação, unidade familiar, liberdade de movimento, abrigo e trabalho.
A Acnur “elogia todos os países que já introduziram estas medidas” e explica que “é crucial que estas pessoas não sejam deportadas ou forcadas a regressar.”
Crise humanitária
Em outra abordagem da crise venezuelana, o diretor executivo do Programa Mundial de Alimento (PMA), David Beasley, falou que a situação no país “é um desastre humanitário”. Segundo ele, apenas numa localidade 50 mil pessoas deixam o país de forma legal todos os dias. No total, um milhão de venezuelanos já abandonou o país.
Beasley acredita que “a questão é quão pior vai ficar” a situação. Segundo ele, “vai tornar-se muito pior” antes que os venezuelanos possam começar a regressar a casa. A Venezuela atravessa uma crise econômica e política que tem deixado a sua população com pouco acesso a comida, medicamentos, serviços sociais ou forma de subsistência.
Legalidade
A agência da ONU informa que 94 mil venezuelanos resolveram a sua situação legal no último ano, mas outros “centenas de milhares continuam sem qualquer documentação ou permissão para permanecer legalmente nos países de asilo.”
A porta-voz do Acnur, Katerina Kitidi, disse que esta situação “torna estas pessoas particularmente vulneráveis a tráfico, exploração, violência sexual, discriminação e xenofobia.” Segundo ela, ajudar estas pessoas é uma questão de justiça, porque “a Venezuela tem a tradição de acolher milhares de refugiados.”