O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (28) que a Venezuela é um desastre, mas voltou a abrir portas para um diálogo com o presidente do país, Nicolás Maduro. “A Venezuela é um desastre que precisa ser limpo. É preciso nos ocuparmos do que está ocorrendo com as pessoas”, disse Trump, ao receber o presidente do Chile, Sebastián Piñera, na Casa Branca.
Questionado se ainda está disposto a se reunir com Maduro, Trump respondeu que sabe que o presidente venezuelano quer se encontrar com ele. “Veremos o que vai ocorrer”, afirmou.
O primeiro sinal para um diálogo entre os dois foi dado por Trump há dois dias. Em uma reunião paralela à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente americano disse estar aberto a encontrar Maduro se os dois se cruzassem em Nova York e se isso fosse ajudar a Venezuela.
Maduro respondeu no mesmo dia, em discurso na Assembleia Geral, ao afirmar que estaria disposto a se reunir com Trump e a ter um diálogo de “agenda aberta”. Ontem, o líder venezuelano afirmou que esse encontro seria para “o bem” dos dois países.
Apesar dos sinais, Trump não aborda o assunto sem ser perguntado por jornalistas e normalmente se esquiva ao responder, evitando fazer uma afirmação clara de que queira se reunir com Maduro.
Trump afirmou hoje que planejava conversar com Piñera sobre a Venezuela e sobre outros eventos que estão ocorrendo no mundo.
Antes de ir à Casa Branca, o presidente chileno discordou publicamente, em um discurso no Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA), de uma das opções consideradas por Trump para lidar com o problema da Venezuela. “A opção militar não é uma boa opção [para a Venezuela]. Sabemos como as intervenções militares começam, mas nunca sabemos como terminam. Há a quantidade de mortos, de dor e de sofrimento que isso pode causar”, afirmou Piñera na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington.
Piñera, que assumiu o poder em março, não falou sobre a Venezuela no Salão Oval da Casa Branca.