“Noventa pessoas faleceram até ao dia de hoje. Temos 4.658 pessoas processadas, não apenas pelas mortes e lesões, mas também por danos a propriedade pública e privada”, disse a procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, durante uma coletiva de imprensa em Caracas.
Segundo Luísa, o MP tem investigado “cada um dos fatos” que ocorreram durante estes meses de violência, lamentando que “em muitos casos de mortos em manifestações” aquele organismo não pode exercer uma ação penal devido “a obstáculos” que têm surgido, nomeadamente mandados de detenção que não foram executados.
Na Venezuela, as manifestações políticas se intensificaram depois que o Supremo Tribunal de Justiça divulgou duas decisões que limitavam a imunidade parlamentar e tomou a si as funções do Parlamento, que declarou como estar “em desacato”.
Além das queixas sobre o aumento da repressão, os opositores do governo têm-se manifestado ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita em 1º de maio último por Maduro, numa tentativa de mudar a Constituição do país.