Moreno e Shavit foram denunciados por tráfico de influência e lavagem de ativos. De acordo com a investigação, Moreno obteve uma propina de US$ 4 milhões da Odebrecht em 2014 para favorecê-la na licitação para construção de trecho do Litoral Verde em Callao, uma província vizinha a Lima, e os depósitos foram feitos em contas de empresas de Shavit em paraísos fiscais.
Transferências
O jornal peruano El Comercio informou hoje que Shavit, detido no domingo no Aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima, será investigado, e está impedido de sair do país. Ele teria admitido o pagamento do suborno para Moreno e que atuou como nexo entre a autoridade regional e a Odebrecht, indicaram fontes da Procuradoria ao jornal.
Além disso, a Odebrecht entregou ao procurador Castro uma documentação na qual figuram as transferências de US$ 350 mil e US$ 410 mil a uma “offshore” da companhia Fincastle Enterprises e desta à empresa Cardift Internacional, nas Bahamas, vinculada a Shavit.
No expediente contra Moreno figura ainda outro colaborador eficaz, identificado como 003-2016, que confirmou que em 2013 recebeu o projeto do Litoral Verde e que, ao advertir que as bases eram inviáveis, Moreno se comprometeu a fazer mudanças posteriormente.
Este colaborador seria, segundo a revista Caretas, o diretor superintendente da Odebrecht no Peru, Ricardo Boleira, que sucedeu Jorge Barata em 2013 nas operações da companhia no país. Dos US$ 4 milhões estipulados com Moreno, só foram pagos US$ 2,76 milhões: US$ 2 milhões para ele e US$ 760 mil para Shavit, segundo indicou a Caretas.