Plebiscito na Venezuela: oposição diz que Maduro foi “revogado”

Foto: Reprodução/Twitter-alcaldeledezma

A oposição ao governo da Venezuela conseguiu quase sete milhões de votos a favor da sua proposta no plebiscito deste domingo (16). O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, disse que, com isso, o resultado deixa o presidente do país, Nicolás Maduro, praticamente “revogado”. As informações são da Agência Brasil.

“Com os votos do povo venezuelano, matematicamente Nicolás Maduro está revogado no dia de hoje. Esse era o medo que [ele] tinha do plebiscito revogatório e, por isso, impediu; por isso o governo não quer fazer eleições nunca mais”, disse Borges após conhecer os resultados eleitorais.

O opositor assegurou que a denominada consulta popular aconteceu “com total beleza e confiança” e que os venezuelanos contaram com menos centros de votação do que em qualquer outra disputa nacional. “No entanto, o povo superou todos os obstáculos, não somente o de haver menos lugares para votar, mas também superou o medo, superou a violência, superou as ameaças do governo aos funcionários públicos, às pessoas que recebem programas sociais”, prosseguiu Borges.

A chamada comissão de fiadores do plebiscito opositor informou antes, com base em 95% do total de votos, que 7.186.170 de venezuelanos participaram da consulta feita à margem do poder eleitoral e que pelo menos 98% dos eleitores votaram sim nas três perguntas: se rejeitam a assembleia constitucional, se eles querem que as forças armadas defendam a constituição existente e se querem a realização de eleições antes do mandato de Maduro, segundo a agência Reuters.

“Esperamos o número final que será divulgado [nesta segunda-feira (17)]  para que nós possamos ter a certeza de que vamos conseguir a mudança democrática no país”, finalizou.

Votação no Brasil

Milhares de venezuelanos que estão em cidades brasileiras também foram às urnas e votaram na consulta popular promovida pela oposição para manifestar rejeição à Assembleia Constituinte proposta pelo governo de Nicolás Maduro.

A maior participação foi em Roraima, onde cerca de 30 mil venezuelanos chegaram nos últimos meses, depois de abandonar seu país por conta da grave crise econômica e da severa escassez de produtos básicos. Conforme dados oficiais, a quantidade de pedido de refúgio apresentado por cidadãos venezuelanos disparou e, nos primeiros seis meses deste ano, chegou a quase 6 mil, frente aos 3.375 registrados ao longo de todo o ano passado.

Em Roraima, as mesas para a consulta foram instaladas principalmente em Boa Vista, onde organizações de assistência têm diversos programas de ajuda aos venezuelanos. Também foram habilitados locais de votação em Brasília, Curitiba, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Belém, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em Brasília, o local escolhido para os venezuelanos manifestaram sua opinião à Assembleia Constituinte foi o Parque da Cidade, onde os opositores de Maduro também receberam o apoio de brasileiros. Já no Rio, a votação aconteceu na Lagoa Rodrigo de Freitas.

O plebiscito da oposição acontece sem a aprovação da Justiça Eleitoral do país e quer saber a opinião dos venezuelanos sobre a Constituição promovida pelo presidente Nicolás Maduro. A consulta foi apoiada por comunidades de venezuelanos no exterior. Este processo acontece paralelamente a uma simulação eleitoral convocada pela CNE como teste para a Constituinte marcada para o dia 30.

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