Peru lança satélite espacial para monitorar crimes ambientais no país

  

Foto: Divulgação/Arianespace

O Peru lançou às 01h43 da manhã desta sexta-feira (16) o satélite de observação PerúSAT-1. O equipamento ajudará o governo a identificar locais onde ocorrem atividades de exploração mineração e madeireira ilegais. Pesquisadores envolvidos na iniciativa também vão utilizar as imagens geradas para estudar a saúde das florestas e monitorar desastres naturais.O lançamento foi realizado na região de Kourou na Guiana Francesa.

“A qualidade da imagem é definitivamente de classe mundial”, garante a pesquisadora da Associação de Conservação da Amazônia em Washington D.C., Matt Finer. “Vai ser uma poderosa ferramenta para o governo”, diz. O país da Amazônia Internacional é recém-chegado ao espaço. Além do CubeSat, literalmente um satélite em cubo, a Comissão Nacional para a Indústria Aeroespacial Pesquisa e Desenvolvimento do Peru (CONIDA), lançou outros nanosatélites. O sucesso do PerúSAT-1 representa um grande avanço nos estudos aeroespaciais do país.

Além de monitorar florestas e desatres naturais, o satélite vai ajudar na segurança nas fronteiras e na repressão ao tráfico de drogas.A contribuição mais esperada diz respeito é na área de meio ambiente com a localização de minas ouro ilegais, estradas utilizadas exploração madeireira e qualquer tipo de atividade não autorizada em áreas de florestas.

O Peru não trabalhará sozinho.Uma parceria com a Nasa e o US Geological Survey, vão auxiliar no processamento das imagens geradas pelo satélite, desde a coleta até a distribuição. 

Foto: Divulgação/Airbus Defence & Space


Independência

O projeto que deu origem ao CubeSat PerúSAT-1 surgiu em 2014, quando o governo peruano decidiu investir cerca de US$ 200 milhões em um satélite próprio de alta tecnologia. Um dos objetivos era deixar de depender de imagens geradas por empresas privadas.”No Peru, há definitivamente um desejo de gerar seus próprios dados”, diz o especialista em sensoriamento remoto do Ministério do Meio Ambiente do Peru, Brian Zutta Salazar.

O PerúSAT-1 seguirá uma órbita sincronizada com o Sol há 695 quilômetros acima da Terra, o que significa que ele vai passar ao longo de um determinado lugar, ao mesmo tempo a cada dia. Esta órbita, comum para satélites de observação da Terra, minimiza mudanças na iluminação que poderiam complicar as comparações entre imagens sucessivas. O satélite irá fornecer uma nova imagem de uma determinada posição a cada três dias, mesmo com nuvens.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Novo grupo de indígenas isolados no Amazonas está sem proteção há mais de um ano

Funai não publica portaria de restrição de uso nem monta base para monitorar isolados; empresa madeireira e de exploração de gás e óleo atuam na região.

Leia também

Publicidade