Papa diz ‘colocar todo coração’ para acordo na Venezuela

Durante a viagem de volta à Itália, após dois dias na Suécia, o papa Francisco falou com os jornalistas e mostrou toda a sua torcida para que a crise política e econômica na Venezuela seja resolvida. Ao ser questionado pelos repórteres a bordo do avião sobre a visita do presidente Nicolás Maduro ao Vaticano, que não havia sido pré-anunciada pela Igreja, o Pontífice lembrou que ele sempre atende aos pedidos de encontros oficiais e que isso é uma praxe.

“O presidente da Venezuela pediu um encontro porque estava vindo do Oriente Médio e iria fazer uma escala técnica em Roma. Ele havia vindo em julho de 2013, depois tinha feito um pedido, mas ficou doente e não pode vir. E ele pediu. Quando um presidente pede, é recebido. Há mais de uma era é assim em Roma”, disse aos jornalistas.

Sobre o que foi debatido, Jorge Mario Bergoglio destacou que, durante a conversa de meia hora, “eu lhe fiz algumas perguntas e ouvi seu relato porque é sempre bom ouvir a todos”. “Segundo, o diálogo é a única estrada para todos os conflitos e para todos os conflitos se dialoga. Não há outro caminho. Coloco todo o meu coração sobre o diálogo e acredito que se deve andar por essa estrada. Não sei como isso terminará porque é muito complexo, mas as pessoas que estão dialogando tem uma estatura política importante”, ressaltou o líder da Igreja ao falar sobre o comitê para o diálogo entre oposição e governo na Venezuela.

Sob pedido dos dois lados, o Vaticano também entrou nas negociações para tentar por fim à crise política que levou ao país à graves problemas sociais e econômicos. “[Luíz Rodríguez] Zapatero, que foi duas vezes premier da Espanha, e [José Manuel] Restrepo pediram à Santa Sede para estar sempre no diálogo entre as duas partes e a Santa Sé designou o núncio da Argentina. Acredito que a negociação está ali. Quantas vítimas teriam sido poupadas se o Oriente Médio também tivesse diálogo”, finalizou Francisco.

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