“A decisão tomada pelos movimentos sociais e políticos é que haverá passeata no dia 23 de janeiro, até o CNE”, anunciou Julio Borges, presidente do Parlamento, controlado pela oposição.
Borges fez a declaração ao liderar, na terça-feira (17) uma passeata até o escritório da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Caracas. “Que saibam que precisamos já de eleições para governadores, prefeitos e nacional”, declarou Borges aos jornalistas.
Maduro minimizou a importância da manifestação e reafirmou que o chavismo também se mobilizará para defender a revolução. A data é simbólica, já que o 23 de janeiro marca a queda da ditadura militar de Marcos Pérez Jiménez. “Não sei o que quer Julio Borges e se tem liderança para convocar qualquer coisa, mas o 23 de janeiro será um dia de júbilo e paz”, declarou Maduro.
A opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que acusa o CNE de estar a serviço do chavismo, exige a antecipação das eleições presidenciais previstas para dezembro de 2018.
O Poder Eleitoral suspendeu em outubro passado o processo de referendo revogatório do mandato de Maduro e adiou para o primeiro semestre de 2017 as eleições regionais previstas para dezembro de 2016.
“Queremos uma Venezuela de paz, de progresso e de desenvolvimento, e não esta Venezuela arruinada, violenta e dividida”, declarou Borges, acrescentando que haverá passeatas em diversos pontos do país, sendo a principal em Caracas.
No ano passado, Maduro mobilizou forte esquema policial e militar para impedir as passeatas da MUD na data, exigindo o referendo revogatório.