A Mesa Unidade Democrática (MUD) condiciona o diálogo à soltura dos presos políticos e à convocação de novas eleições. Na terça-feira (1º), o governo soltou cinco integrantes do movimento antichavista. Por outro lado, a MUD suspendeu no mesmo dia o julgamento de responsabilidade de Maduro sobre a crise instaurada no país e um protesto em frente ao Palácio Miraflores, sede da presidência em Caracas.
“Em poucos dias vamos ver quem cumpre ou não. Em 11 de novembro voltaremos à mesa e será o momento de avaliar os supostos gestos”, afirmou o secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba.
Presos políticos soltos
Na terça-feira, o prefeito do município Sucre, Carlos Ocariz, que faz oposição ao presidente Nicolás Maduro, disse no Twitter que Carlos Melo, Andrés Moreno e Marco Trejo foram libertos. Melo é líder do partido Avançada Progressista e Andrés Moreno e Marco Trejo aconselham a MUD, coalizão de oposição.
Posteriormente, o secretário executivo da MUD, Jesus Torrealba, confirmou também no Twitter a soltura de Coromoto Angel Rodriguez, chefe de segurança do presidente do Parlamento, o oposicionista Henry Ramos; e de Andrés León, que estava em prisão domiciliar.
A Chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou que a libertação destes cinco representantes de opositores de Chávez é um primeiro sinal da vontade do governo do presidente Nicolás Maduro para impulsionar o diálogo político, que começou no domingo (30).
“Estávamos permanentemente à espera da oposição para diálogo, saudamos que finalmente tenha acontecido”, disse a ministra das Relações Exteriores à chegada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, para a segunda revisão periódica dos direitos humanos na Venezuela. A oposição condicionou a continuação do processo de diálogo à libertação “imediata” de presos políticos.
A mesa de diálogo
Um grupo de representantes do governo venezuelano e da MUD realizaram domingo, o primeiro encontro formal do diálogo para procurar soluções para a tensão política que atinge o país. A oposição pediu ao governo “gestos de boa vontade” para continuar as negociações, como a libertação de vários de seus líderes.
No encontro, foram criados quatro grupos de trabalho sobre respeito à soberania, reparações para as vítimas, o calendário eleitoral e da situação econômica do país. Para a Chanceler Delcy Rodríguez, a primeira reunião da mesa de diálogo foi “muito importante” e aconteceu em termos “construtivos” e “de respeito”.
O diálogo político foi promovido pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e pelo Vaticano, com o acompanhamento internacional do ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e dos presidentes do Panamá, Martín Torrijos, e da República Dominicana, Leonel Fernández.