“Um órgão eleitoral que demonstrou estar a serviço de um regime ditatorial não pode ser convidado para sentar-se na mesa da democracia hemisférica”, indicou Almagro em um comunicado.
“A parcialidade que caracterizou o CNE da Venezuela prejudicou as possibilidades de uma saída democrática à crise. Longe de ser um fiador, manipulou resultados e fragilizou os direitos políticos dos venezuelanos”, acrescentou.
A decisão de não convidar a Venezuela à reunião anual das máximas autoridades eleitorais da região, que a OEA organiza desde 2003, foi tomada pela Secretaria Geral do órgão, liderada por Almagro. A reunião, que este ano acontecerá nos dias 26 e 27 de outubro, objetiva a troca de experiências e conhecimentos pelos tribunais eleitorais dos países da região.
Grande fraude
O anúncio da exclusão da autoridade eleitoral da Venezuela chega depois de Almagro dizer ontem que houve fraude nas eleições para Assembleia Nacional Constituinte do último domingo.
“Foi confirmada a maior fraude eleitoral da história da América Latina, em percentagem e milhões de eleitores”, escreveu Almagro em sua conta no Twitter, depois que a empresa encarregada da contagem de votos, a Smartmatic, denunciou que houve “manipulação” dos dados de participação.
O governo da Venezuela pediu em abril a sua saída da OEA após a convocação de uma reunião de chanceleres sobre a crise do país contra sua vontade, mas essa saída não será efetivada até 2019, razão pela qual até então a Venezuela continua membro com plenos direitos e deveres.
No último dia 26 de julho, um grupo de 13 países da OEA pediu em uma declaração conjunta a suspensão do processo da Constituinte porque isso “implicaria no desmantelamento definitivo da institucionalidade democrática”.