A informação foi confirmada pelo ministro de Relações Exteriores da Guatemala, Carlos Raúl Morales – que preside a reunião – em uma nota enviada à Secretaria Geral da OEA, segundo o documento ao qual a Agência EFE teve acesso.
A reunião de chanceleres sobre a crise da Venezuela foi suspensa no último dia 31 de maio na sua primeira sessão em Washington perante a falta de acordo sobre os dois projetos de declaração apresentados.
Os chanceleres retomarão a sessão em 19 de junho no Hotel Moon Palace de Cancún, onde será aberta oficialmente a 47ª Assembleia Geral da OEA, a reunião anual mais importante do organismo e da qual participam os ministros de Relações Exteriores ou algum representante desse departamento.
Na reunião de 31 de maio os chanceleres se comprometeram a retomar a sessão antes da Assembleia com a intenção de que, nesse encontro, o acordo já estivesse pronto de antemão e só tivesse que ser votado.
No entanto, segundo fontes diplomáticas consultadas pela EFE, não existe ainda uma proposta que possa angariar a maioria necessária para a tomada de decisões na reunião de chanceleres: 23, dois terços dos 34 Estados representados (todos do continente, menos Cuba).
O acordo não foi possível em maio porque a proposta de declaração de Estados Unidos, México, Peru, Canadá e Panamá pedia o cancelamento da Assembleia Constituinte na Venezuela e era muito crítica ao governo de Nicolás Maduro, enquanto que a apresentada pelos 14 países da Comunidade do Caribe (Caricom) não continha essas reivindicações.
Por outro lado, as duas propostas concordam em pedir a cessação da violência a todas as partes, um novo processo de diálogo, a criação de um grupo que o acompanhe e no convite à Venezuela para reconsiderar sua decisão de deixar a OEA.
Segundo fontes diplomáticas consultadas pela EFE, a nova reunião poderia terminar de novo sem acordo, razão pela qual os 14 países impulsores do encontro e da mediação da OEA na crise da Venezuela explora alternativas, como tentar aprovar um projeto de resolução na Assembleia, onde só precisariam de 18 votos.
Para essa votação, confiam em contar com pelo menos quatro países do Caribe, como ocorreu em ocasiões anteriores. Se isso não for possível, caso a Caricom mantenha a posição de bloco pela qual optou para a reunião de chanceleres, o grupo dos 14 cogita emitir uma declaração de imprensa assinada com a sua posição e propostas sobre a crise venezuelana.
Desde o dia 1º de abril, a Venezuela vive uma onda de protestos a favor e contra o governo, alguns dos quais se tornaram violentos e deixaram um balanço de 69 mortos e mais de mil feridos, segundo dados do Ministério Público local.