Nobel estimula paz na Colômbia

Foto: Divulgação/SIG

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou na sexta-feira que estava profundamente honrado por ter recebido o Nobel da Paz. A autoridade dedicou o prêmio a seu país e disse que ele é um grande estímulo para a paz. “Eu recebo isso com grande emoção”, disse Santos à Fundação Nobel em entrevista por telefone divulgada em sua conta no Facebook. “Este é um grande, grande reconhecimento para meu país. Estou eternamente grato.”

Santos foi agraciado por seus esforços para acabar com uma guerra civil de mais de 50 anos na Colômbia. O governo do presidente conseguiu fechar um acordo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para que a guerrilha entregasse suas armas, porém os termos da iniciativa foram rejeitados em referendo no país no último domingo.
Na quarta-feira, milhares de colombianos fizeram marchas pelas ruas do país para pressionar o governo, as Farc e a oposição a chegarem a um consenso para salvar a iniciativa. Presidente Juan Manuel Santos dedicou o prêmio recebido ao povo colombiano e aposta na retomada de negociações pela paz Um grupo de algumas dezenas de ativistas acampa na Plaza Bolívar pelo mesmo motivo.
Várias autoridades da Organização das Nações Unidas parabenizaram Santos, durante uma entrevista coletiva regular da entidade em Genebra. Porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Rupert Colille disse esperar que o prêmio possa dar um “impulso” à paz no país sul-americano. Em Berlim, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, parabenizou Santos, qualificando-o como um “homem com uma visão para seu país”, disse o porta-voz Steffen Seibert a repórteres.
Muitos na Colômbia acreditavam que Santos ganharia o Nobel da Paz após a assinatura do acordo de paz com as Farc em 26 de setembro, diante de uma plateia com uma série de líderes internacionais e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Eles avaliavam, porém, que as chances haviam diminuído com a rejeição ao acordo em referendo em 2 de outubro. O Comitê Norueguês do Nobel afirmou que a rejeição do acordo com as Farc não significa o fim do processo de paz na Colômbia. “O referendo não foi um voto a favor ou contra a paz”, disse o comitê. “O que o lado do ‘não’ rejeitou não foi o desejo pela paz, mas um acordo de paz específico”, afirmou a entidade.
Segundo o comitê, mesmo com a derrota na votação popular, o presidente conseguiu levar “o sangrento conflito significativamente mais perto de uma solução pacífica”. Santos, de 65 anos, é um improvável pacificador. Com estudos em Harvard e integrante de uma das famílias mais ricas da Colômbia, ele foi ministro da Defesa há uma década e foi o responsável por algumas das maiores derrotas militares das Farc. Um dos episódios famosos do período foi uma operação militar colombiana que entrou em território do Equador para matar um importante líder rebelde e outra foi o resgate de três norte-americanos que eram reféns dos rebeldes havia mais de cinco anos.
No âmbito do acordo negociado, os rebeldes que entregassem suas armas e confessassem seus crimes de guerra não iriam para a prisão. Além disso, as Farc teriam direito a dez vagas no Congresso até 2026, para que o grupo fizesse uma transição para se tornar um movimento político.Cessar-fogo “rápido”
Os negociadores do governo da Colômbia e das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) afirmaram nesta sexta-feira que estão tomando medidas para garantir que o cessar-fogo não acabe, enquanto trabalham juntos para salvar o acordo de paz derrotado em um referendo no país no dia 2.
Em entrevista coletiva conjunta em Havana, os dois lados leram um comunicado conjunto no qual se comprometem a ouvir os que votaram contra o acordo, com o objetivo de “definir rapidamente” uma solução para o impasse. “Os ajustes e aperfeiçoamentos propostos que vêm desse processo serão discutidos entre o governo e as Farc para dar 
garantias a todos”, afirma o comunicado.
Os dois lados convidaram a Organização das Nações Unidas a começar a monitorar o cessar-fogo já em vigor, bem como os termos estabelecidos pelo acordo. As negociações ocorrem no mesmo dia em que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, recebeu o Nobel da Paz por seus esforços para encerrar a guerra civil no país. 
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