Com o acordo de paz entre o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do país ratificado por unanimidade no dia 30 de novembro deste ano, as Farc dá o seu primeiro passo para participar da política da nação sul-americana.
Foi anunciado nesta quinta-feira (15) por ambas as partes, a criação de um movimento de cidadãos que defenderá o direito do grupo guerrilheiro de fazer política e de participar da vida civil da Colômbia e que também ficará encarregado de participar das seções do Senado e da Câmara dos Deputados que discutirem a implementação do acordo de paz. Intitulado “Voces de Paz” (“Vozes de Paz”), o movimento é formado por seis porta-vozes que defenderão os direitos da organização rebelde, mas não é um partido das Farc, ressaltou Pastor Alape, ex-líder guerrilheiro e um dos cidadãos que estarão na Câmara.
“No Conselho Nacional Eleitoral se registra hoje a agrupação política de cidadãos em exercício que tem como objetivo promover a criação do partido ou movimento político que surgirá da transição das Farc de uma organização armada para uma organização política legal, uma vez que se desfaça da totalidade de suas armas”, afirmou comunicado divulgado pelo governo.
“Nosso projeto político é ampliar a participação cidadã, visando a paz e a justiça social”, disse Imelda Daza, política do partido de esquerda União Patriótica (UP) e uma das porta-vozes do movimento.
Enquanto o acordo de paz ratificado pelo governo e as Farc tramita pelo Legislativo, os guerrilheiros do grupo começam a se desfazer voluntariamente de suas armas, as entregando a agentes das Nações Unidas. Só a partir da entrega total das armas, que deve durar alguns meses, é que o grupo poderá realmente fazer parte da política colombiana.