Morte de Fidel Castro repercute na Amazônia Internacional

O ex-presidente e líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, morreu aos 90 anos de idade, confirmou na madrugada deste sábado (26), seu irmão e sucessor, Raúl Castro. Em um anúncio na televisão, Raúl disse que era “com profunda dor” que confirmava a “morte do comandante Fidel Castro Ruz”, falecido às 22h29 de Havana do dia 25 de novembro de 2016. “Em cumprimento da expressa vontade do companheiro Fidel, seus restos mortais serão cremados”, afirmou Raúl, demonstrando emoção ao ler o breve comunicado.

Nas redes sociais, alguns lideres da Amazônia Internacional se pronunciaram sobre a morte de Fidel. Confira:
 

Foto: Reprodução/Twitter 
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Por meio de nota, o governo brasileiro externou condolências pela morte de Fidel. O texto foi assinado pelo chanceler José Serra.

“O governo brasileiro tomou conhecimento com pesar da morte do líder cubano Fidel Castro. Como dirigente máximo de seu país por cinco décadas, marcou profundamente a política cubana e o cenário internacional. Entra para a história como uma das lideranças políticas mais emblemáticas do século XX. Não é possível entender a história de nosso continente sem referência a Fidel, suas ideias e ações à frente da revolução cubana e do governo de seu país”, diz a nota.Acrescenta que a trajetória de Fidel “resume os dolorosos conflitos e contradições de um período histórico conturbado, no qual ideais de desenvolvimento e justiça social nem sempre se conciliaram, em nossa região, com o respeito aos direitos humanos e à democracia”. “O governo solidariza-se com o povo cubano e apresenta ao seu governo e à família de Fidel Castro suas sentidas condolências”, finaliza a nota do Itamaraty.

Morte emblemática, mas de pouca repercussão na atualidade

Segundo o cientista político Helso Ribeiro, a morte de Fidel Castro é emblemática, mas terá pouca repercussão em qualquer decisão atual, uma vez que o novo comandante do país é seu irmão, Raul Castro. “Cuba já está atualmente fora do domínio de Fidel. E aos poucos começa a reaver os laços com outros países, mas ainda falta muito para o país voltar a integrar a Organização dos Estados Americanos (OEA). Todos acreditam nesse caminho de integração, como foi nos anos 90, quando existia essa parceria entre Cuba e a União Soviética”, contou. 

Visita do Papa Francisco a Havana, em setembro de 2015. Na imagem, a presença da esposa do líder cubano, Dalia Soto del Valle. Foto: Ismael Francisco/Cubadebate

Sobre o tempo em que Fidel governou Cuba, Ribeiro destaque que apesar do isolamento, o país cresceu em vários setores, como por exemplo, a educação, esporte e saúde. “Cuba é referência no tratamento da vitiligo, por isso que o Brasil tem esse projeto que traz médicos cubanos para trabalhar no país. Outro ponto importante é a fomentação do esporte por parte do Fidel, ele sempre incentivou isso. As pessoas ignoram isso por que Cuba ao contrário da maioria dos países insiste em uma ideologia que não é atribuída ao socialismo”, destacou o especialista.

Foto do dia 23 de janeiro de 2016 divulgada pelo site cubano Cubadebate em 3 de fevereiro. Foto: Reprodução/Cubadebate

Personalidade forte

Fidel Castro foi o herói histórico da esquerda moderna, o homem que mais desafiou os Estados Unidos. Mas, na opinião de líderes de centro-direita, Fidel era um ditador sanguinário e o culpado por isolar a ilha de Cuba por quase 60 anos de todo o mundo. Conhecido como “Comandante” pelos cubanos, Fidel era personagem de várias histórias e boatos. “Ele não dorme”, “ele não esquece de nada”, “é capaz de te penetrar com o olhar e descobrir quem você é”.

Fidel no encerramento do VII Congresso do Partido Comunista de Cuba. Foto: Ismael Francisco/Cubadebate

Fidel sempre teve uma saúde de ferro, até quando enfrentou uma hemorragia intestinal durante uma viagem à Argentina aos 80 anos de idade. Em 31 de julho de 2006, os problemas de saúde provocados pelo avanço da idade o fizeram delegar temporariamente o poder a seu irmão Raúl. Em fevereiro de 2008, Fidel renunciou oficialmente ao cargo de presidente cubano e, desde então, era o principal conselheiro do Partido Comunista e do novo governo.

A era Fidel Castro vem se dissolvendo pouco a pouco, enquanto uma nova Cuba surge devido a uma série de reformas econômicas e da retomada das relações bilaterais com os Estados Unidos, rompidas há mais de meio século. Fidel assistia a tudo isso de longe, mas não deixava de fazer suas análises em artigos publicados no jornal oficial cubano Granma. A fragilidade da sua saúde já tinha provocado boatos sobre sua morte várias vezes nas redes sociais. 

Ladeado pelo presidente da Venezuela Nicolás Maduro e o irmão Raúl Castro, nas comemorações dos seus 90 anos. Foto: Ismael Francisco/Cubadebate 

*Com informações da Agência Ansa

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