Nas redes sociais, alguns lideres da Amazônia Internacional se pronunciaram sobre a morte de Fidel. Confira:
“O governo brasileiro tomou conhecimento com pesar da morte do líder cubano Fidel Castro. Como dirigente máximo de seu país por cinco décadas, marcou profundamente a política cubana e o cenário internacional. Entra para a história como uma das lideranças políticas mais emblemáticas do século XX. Não é possível entender a história de nosso continente sem referência a Fidel, suas ideias e ações à frente da revolução cubana e do governo de seu país”, diz a nota.Acrescenta que a trajetória de Fidel “resume os dolorosos conflitos e contradições de um período histórico conturbado, no qual ideais de desenvolvimento e justiça social nem sempre se conciliaram, em nossa região, com o respeito aos direitos humanos e à democracia”. “O governo solidariza-se com o povo cubano e apresenta ao seu governo e à família de Fidel Castro suas sentidas condolências”, finaliza a nota do Itamaraty.
Morte emblemática, mas de pouca repercussão na atualidade
Segundo o cientista político Helso Ribeiro, a morte de Fidel Castro é emblemática, mas terá pouca repercussão em qualquer decisão atual, uma vez que o novo comandante do país é seu irmão, Raul Castro. “Cuba já está atualmente fora do domínio de Fidel. E aos poucos começa a reaver os laços com outros países, mas ainda falta muito para o país voltar a integrar a Organização dos Estados Americanos (OEA). Todos acreditam nesse caminho de integração, como foi nos anos 90, quando existia essa parceria entre Cuba e a União Soviética”, contou.
Sobre o tempo em que Fidel governou Cuba, Ribeiro destaque que apesar do isolamento, o país cresceu em vários setores, como por exemplo, a educação, esporte e saúde. “Cuba é referência no tratamento da vitiligo, por isso que o Brasil tem esse projeto que traz médicos cubanos para trabalhar no país. Outro ponto importante é a fomentação do esporte por parte do Fidel, ele sempre incentivou isso. As pessoas ignoram isso por que Cuba ao contrário da maioria dos países insiste em uma ideologia que não é atribuída ao socialismo”, destacou o especialista.
Personalidade forte
Fidel Castro foi o herói histórico da esquerda moderna, o homem que mais desafiou os Estados Unidos. Mas, na opinião de líderes de centro-direita, Fidel era um ditador sanguinário e o culpado por isolar a ilha de Cuba por quase 60 anos de todo o mundo. Conhecido como “Comandante” pelos cubanos, Fidel era personagem de várias histórias e boatos. “Ele não dorme”, “ele não esquece de nada”, “é capaz de te penetrar com o olhar e descobrir quem você é”.
Fidel sempre teve uma saúde de ferro, até quando enfrentou uma hemorragia intestinal durante uma viagem à Argentina aos 80 anos de idade. Em 31 de julho de 2006, os problemas de saúde provocados pelo avanço da idade o fizeram delegar temporariamente o poder a seu irmão Raúl. Em fevereiro de 2008, Fidel renunciou oficialmente ao cargo de presidente cubano e, desde então, era o principal conselheiro do Partido Comunista e do novo governo.
A era Fidel Castro vem se dissolvendo pouco a pouco, enquanto uma nova Cuba surge devido a uma série de reformas econômicas e da retomada das relações bilaterais com os Estados Unidos, rompidas há mais de meio século. Fidel assistia a tudo isso de longe, mas não deixava de fazer suas análises em artigos publicados no jornal oficial cubano Granma. A fragilidade da sua saúde já tinha provocado boatos sobre sua morte várias vezes nas redes sociais.
*Com informações da Agência Ansa