A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, acompanhada do chanceler da Colômbia, David Choquehuanca, viajou até a Argentina para assistir à 11ª Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul. Nesta quarta-feira (14), já no prédio do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, a ministra não foi recebida por nenhum representante do Mercosul e logo em seguida foi retirada a força do prédio por polícias.
Nos últimos dias, a tensão tem crescido após o comentário do chanceler do Paraguai, Eladio Loizaga, de que a Venezuela não seria convidada para a reunião. A TeleSUR, televisão multiestatal com sede na Venezuela, postou um vídeo mostrando o discurso da ministra horas após a sua retirada forçada do prédio ministerial na Argentina.
Em discurso ela afirma que a Venezuela pretende buscar seus direitos. “Como disse o presidente Nicolás Maduro, se nos fecham a porta nós entramos pela janela. (…) Vamos continuar a exercer a presidência pro tempore do Mercosul até estarem reunidas as condições para a transferência (para a Argentina)”, disse a ministra. Ela também afirma que existe uma retomada do neoliberalismo na América Latina e isso tem gerado uma intolerância “ideológica” por parte dos países-membros do Mercosul.
Na terça-feira (13), a caminho do voo para a Argentina, a ministra já havia publicado no seu Twitter, que a Venezuela não descumpriu os tratados do Mercosul. Um parecer muito diferente do realizado pelos países-membros, que comunicaram, no último dia 1º de dezembro, a suspensão da Venezuela pelo não cumprimento do acordo firmado em Caracas em 2006.
Brasil no Mercosul
Segundo informações publicadas no site do Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, participou da reunião extraordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC) do MERCOSUL. Segundo o Itamaraty o objetivo da reunião era “tratar da efetiva liberalização do comércio intrabloco, da negociação de um protocolo para a cooperação e facilitação de investimentos no MERCOSUL, da revisão do protocolo de contratações públicas e da dinamização das negociações extrarregionais.
“O Plano Condor foi uma operação realizada durante os anos 80 entre países ditatoriais da América Latina para reprimir a presença de regimes comunistas na região. Fizeram parte do plano o Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Na época a Venezuela foi um dos poucos países comunistas dentro do continente. A Ministra se refere aos representantes do Mercosul como funcionários do Plano Condor.