“Nos preocupa especialmente que as autoridades venezuelanas se abstenham ou desistam de realizar a eleição prevista para o dia 30 deste mês para a Assembleia Constituinte”, disse Raimondi à imprensa. “Convocar essa eleição é um passo na direção errada”, explicou o diplomata, que reclamou mais “diálogo entre as partes em disputa”.
Nova denúncia
Outro diplomata, desta vez o venezuelano Isaías Medina, conselheiro na missão do seu país na ONU, anunciou também nesta quinta (20) sua saída do cargo. Medina afirmou que discorda das ações do governo de Nicolás Maduro e acusou o presidente de violar os direitos humanos. Medina disse que a Venezuela deveria ser um país onde a vida, as garantias processuais e o devido processo penal fossem respeitados.
O diplomata comunicou sua saída em uma carta, na qual expressou sua “divergência irreconciliável com as atuações do governo Maduro”. Medina acusa as autoridades da Venezuela de “reiteradas e sistemáticas violações aos direitos humanos” e de “crimes contra a humanidade e contra os civis durante os últimos cem dias”.”Sem sectarismo, (a Venezuela deveria ser um país) onde impere o Estado de direito, a honestidade, a transparência e o direito de ter opiniões diferentes. Um país livre de censuras, livre de presos políticos, com separação de poderes e alternância democrática”, explicou ele na carta de demissão.No fim do documento, Medina diz que não recebe salários da missão da Venezuela na ONU há três meses e diz que espera que o governo pague os custos de seu retorno para o país, o que inclui a passagem aérea e as bagagens, como manda a lei.O embaixador da Venezuela na ONU, Rafael Ramírez, condenou no Twitter a postura de Medina e a carta. “Imediatamente o substituiremos. Não nos representa. Atuou de maneira desonesta”, declarou.