“Nesta tarde ingressaram dois novos hóspedes à residência do Chile em Caracas em busca de proteção: Beatriz Ruiz e José Fernando Nuñez”, disse o ministro de Relações Exteriores chileno, Heraldo Muñoz, pelo Twitter.
Em comunicado, a chancelaria chilena detalhou que se trata de dois venezuelanos que foram designados pela Assembleia Nacional da Venezuela (AN, Parlamento) como magistrados e “ingressaram à residência do embaixador do Chile, em Caracas, em busca de proteção”. De acordo com o informativo, “a ambos foi concedida a condição de hóspedes”.
“Ruiz Marín e Núñez Sifontes solicitaram a proteção do Chile com base em circunstâncias políticas conhecidas. O nosso país atuará nesta matéria de acordo com os princípios jurídicos e humanitários que inspiram a sua política exterior”, acrescentou o texto do Ministério das Relações Exteriores chileno.
Supostas irregularidades
No dia 21 de julho, a oposição venezuelana aprovou as designações de novos magistrados semanas depois que a procuradora-geral, Luisa Ortega, impugnou sem sucesso as nomeações de 33 juízes – que agora ocupam as poltronas do Supremo – por supostas irregularidades no processo de eleição.
Estes juízes em exercício foram designados pelo Parlamento, quando este era de maioria chavista, em um processo-relâmpago concluído em poucos dias, logo após a vitória opositora nas eleições legislativas de 2015.
Após a eleição dos novos 33 juízes, o Supremo advertiu que os recém-nomeados estavam incorrendo em “crimes de traição à pátria” contemplados pela justiça militar e pediu “medidas de coerção” contra todos os que participaram dos supostos delitos.
No último sábado, a também magistrada venezuelana Elenis del Valle Rodríguez se refugiou na residência do embaixador chileno, onde foi acolhido em abril Roberto Enríquez, dirigente nacional do partido social-cristão da Venezuela Copei.