De acordo com a Chancelaria da Colômbia, a visita foi permitida pelo governo do país. “Efetivamente, por parte do presidente François Hollande, pediram a autorização para que ele pudesse visitar uma das zonas [de reagrupamento] e o governo colombiano a concedeu”, afirmou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da nação neste fim de semana.
Os detalhes da agenda de Hollande na Colômbia e em uma ‘Zona Veredal Transitoria de Normalización de Farc‘, como são chamadas as áreas de reagrupamento e de entrega de armas do grupo, deverão ser anunciados pelo governo de Paris nos próximos dias.
A visita do mandatário também foi anunciada por parte das Farc, que publicou um vídeo sobre o assunto no site ‘Nueva Colombia‘, portal onde são difundidas as notícias do grupo guerrilheiro.
“Para nós será uma honra receber também o senhor presidente da França. Estamos completamente seguros de que isso servirá de impulso para a implementação dos acordos” de paz, disse Jorge Torres Victoria, mais conhecido como Pablo Catatumbo, um dos líderes das Farc.
O rebelde colombiano, que também disse que a França é uma “referência da liberdade e da fraternidade” no mundo, já havia acompanhado a visita do embaixador francês no país, Jean-Marc Laforêt, há poucos dias na zona de reagrupamento das Farc em La Elvira, no departamento de Cauca.
De acordo com o portal do grupo, os preparativos para a chegada de Hollande na pequena cidade de Buenos Aires, que também se encontra no departamento colombiano de Cauca, já estão sendo organizados. A França foi um dos principais países da União Europeia que apoiaram o acordo de paz de novembro do ano passado que deu um fim ao conflito armado entre o governo da Colômbia e as Farc.
A notícia da visita de Hollande foi duramente criticada pelo ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que ressaltou que o governo francês não conseguiu derrotar o terrorismo jihadista no seu próprio país. “Hollande, presidente francês que não soube enfrentar o terrorismo jihadista, visita a Colômbia que está entregue às Farc”, afirmou o ex-mandatário no seu Twitter.