A República de Cuba reiterou nesta semana a oferta ao governo da Colômbia e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) de mil bolsas de estudo de medicina na ilha. O objetivo é contribuir para o êxito do acordo de paz firmado entre as partes, informou na quinta-feira (16) o ex-grupo guerrilheiro. As informações são da agência alemã DPA.
A oferta, que havia sido apresentada verbalmente há vários meses, foi reiterada em uma carta enviada na terça-feira (14) pelo embaixador de Cuba na Colômbia, José Luis Ponce, à Comissão de Acompanhamento, Verificação e Implementação do Acordo de Paz, formada pelo governo colombiano e pelas Farc.
Uma integrante da comissão, que fez parte da delegação negociadora das Farc, Victoria Sandino, confirmou o recebimento da carta e disse que o grupo agradece a Cuba pela oferta. “Seriam 100 bolsas anuais, não são mil de uma vez, para que, ano a ano, se vá cumprindo a meta. A direção das Farc determinará quem serão os beneficiados das bolsas”, disse Victoria.
A carta enviada pelo embaixador cubano indica que as bolsas serão concedidas a 500 pessoas selecionadas pelas Farc e outras 500 escolhidas pelo governo colombiano, que provavelmente beneficiará vítimas do conflito armado. “Ao governo e ao povo de Cuba, nosso agradecimento por estas mil bolsas”, escreveram as Farc em sua conta no Twitter. “A embaixada da República de Cuba entregará ao governo da Colômbia e às Farc um documento com os detalhes do oferecimento, que está em processo de preparação pelas autoridades cubanas”, assinalou o embaixador cubano.
Monumento à Paz
A paz entre o governo colombiano e as Farc foi negociada em Havana em um processo que durou quatro anos. O acordo de paz, que entrou em vigor em 10 de dezembro último, marcou o fim de 52 anos de violência, que resultaram na morte de mais de 200 mil colombianos e no deslocamento de mais de 6 milhões.
Os quase 7 mil membros das Farc estão concentrados desde o mês passado em 26 setores específicos do país, para preparar sua reincorporação à vida legal. As armas serão entregues em três fases às Nações Unidas, que em fins de maio as destinará à elaboração de três monumentos à paz que ficarão expostos na sede principal da organização em Nova York, na Colômbia e em Cuba.