“Hoje triunfou a paz, fracassou a greve da oligarquia. Vitória popular!”, disse Maduro a centenas de chavistas que se reuniram em frente ao Palácio Miraflores, sede do governo, para demostrar apoio ao político. O mandatário também ameaçou seus adversários políticos ao dizer que eles serão presos se continuarem a tentar tirá-lo do poder através do que ele chamou de “golpe parlamentar” disfarçado de julgamento político.
“Se eles começarem um suposto julgamento político [contra mim], que não está na nossa Constituição, a Procuradoria tem que emitir ordens judiciais para os tribunais e prender qualquer pessoa que desobedecer a Constituição, até mesmo se eles forem membros da Assembleia Nacional”, disse Maduro. Na fala, o sucessor de Hugo Chávez se referiu ao julgamento “político e legal” contra ele que foi aberto oficialmente pela a Assembleia Nacional da Venezuela na última terça-feira (25).
Além disso, em tom irônico, o venezuelano ainda disse que “a MUD precisa um pouco de viagra para ver se para alguma coisa neste país”. “Estou muito feliz que vocês [chavistas] tenham se mobilizado e vindo me apoiar para derrotar o golpe de Estado que está acontecendo na Venezuela. Obrigado”, concluiu Maduro. O ministro da Informação do país, Ernesto Villegas também criticou a greve dizendo que “os venezuelanos não ligaram para aqueles que queriam paralisar a nação para prosseguir com a sua agenda de desestabilização, negação do poder constitucional e violência”. De acordo com ele, os meios de transporte públicos, as escolas e as indústrias ficaram ativas entre 96% e 100% hoje.
Mesmo assim, opositores do governo disseram que a greve foi um sucesso. “O dia de protestos de hoje foi absolutamente voluntário. Os venezuelanos disseram mais uma vez a Maduro e a sua cúpula que respeitem a Constituição”, explicou o governador do estado de Miranda, Herique Capriles. A greve-geral desta sexta foi convocada pela oposição para exigir que a decisão de suspender a realização de um referendo revogatório contra Maduro – que é acusado de tentar dar um “golpe de Estado” no país após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter barrado o processo de coleta de assinaturas para a consulta popular – seja revertida.