As autoridades colombianas investigam o possível sequestro de um funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) por um grupo de dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), no departamento do Guaviare (Sudeste), no momento em que integrantes do Conselho de Segurança da ONU visitam o país.
O funcionário foi aparentemente sequestrado nesta quarta-feira (3) em Barranquillita, um pequeno povoado situado a duas horas de viagem por terra do município de Miraflores (Guaviare), onde trabalhava no Programa Nacional de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito (Pins), informaram os meios locais.
O secretário de Governo de Miraflores, Edwin Díaz, disse que o funcionário, cuja identidade não foi divulgada e que seria de nacionalidade colombiana, pode ter sido sequestrado por dissidentes das Farc que operam na área e que não aceitam o acordo de paz firmado com o governo em novembro.
Uma fonte oficial, que não confirmou, nem desmentiu o fato, disse à Agência EFE que o funcionário “não faz parte da missão da ONU” que acompanha o processo de paz, não é “nem observador militar, nem civil”, mas “pode ser do sistema das Nações Unidas”, ou seja, de qualquer outra agência da organização.
A ONU tem na Colômbia uma missão de apoio ao processo de paz, que supervisiona o desarmamento das Farc e que atua no país paralelamente a várias agências humanitárias e em cooperação com as Nações Unidas.
Ontem (3) à noite, chegaram a Bogotá integrantes do Conselho de Segurança da ONU para manifestar apoio ao processo de paz entre o governo colombiano e as Farc.
“O Conselho de Segurança vem precisamente para expressar, trazer o apoio das Nações Unidas, do conselho, brindando o processo de pacificação dos colombianos”, disse o embaixador do Uruguai, Elbio Roselli, ao chegar à Base Militar de Catam.
Os membros do conselho se reúnem com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e com representantes da sociedade civil. Amanhã (5), eles devem visitar uma das 26 regiões transitórias de normalização, onde cerca de 7 mil integrantes das Farc se preparam para deixar as armas e se desmobilizar.