Assim como no Brasil, Peru tem os meses de junho e julho cheio de festas e tradições

A conexão do Brasil com o Peru vai além da Floresta Amazônica. A miscigenação e sincretismo dos dois países se assemelham bastante, principalmente quando o assunto são festas e tradições. Se no Brasil, os meses de junho e julho são repletos de festas de São João (juninas e julinas), no Peru os santos Pedro, João e Paulo também são celebrados de Norte a Sul. Herdeiro de culturas nativas e europeias, o Peru mantém vigente uma diversidade de festividades compõem o patrimônio cultural.

Foto: Divulgação/Heinz Plenge Pardo

Uma série de eventos e festivais ao longo do ano dão cor e sabor ao dia a dia dos peruanos e visitantes do país, com músicas e danças vibrantes, atos de profunda devoção religiosa, e rica gastronomia. A confluência de credos, costumes e vivências criou no calendário do Peru cerca de 3.000 festas populares por ano, entre festas de santos padroeiros, procissões, carnavais e rituais, expressão da fé em Deus, do respeito pela natureza e da celebração da liberdade. As festas no Peru têm um aspecto místico, a maioria manifesta a fusão do catolicismo com as tradições pré-hispânicas de cada região.

 

As regiões de Lima, Tumbes, Lambayeque, Madre de Díos, Loreto, San Martín, Huánuco e Ucayali contam com dezenas de festas e eventos em homenagem a São Pedro, São João e São Paulo.

 

Já os costumes e tradições andinas são celebradas em regiões como Áncash, que realiza o Festiwaraq, nos dias 22 e 23 de junho. O evento conta com festival de danças regionais, feira gastronômica, exposições, venda de produtos andinos da região, festival de quenas (flautas) andinas e a cerimônia Waraq Inti (encenação da cultura Recuay com o tradicional pagamento à Terra.

 

Há, ainda, o Corpus Christi, muito marcante em cidades como Cajamarca e Cusco.

Foto: Divulgação/Heinz Plenge Pardo 

Inti Raimy

 

Outra grande celebração de destaque no Peru é a Festa do Sol, em homenagem ao Inti Raymi (Deus Sol), realizada no dia 24 de junho, em três cenários históricos e naturais, heranças arqueológicas de Cusco: Qorikancha, Plaza de Armas (Auqaypata) e Sacsayhuamán. Esta é, sem dúvida, uma das mais belíssimas referências que retratam as tradições e celebrações que demonstram a religiosidade e a fé do povo peruano.

 

A cultura peruana tem muito das civilizações antigas e uma das figuras que representa essa cultura é o Inti Raymi (Deus Sol, símbolo supremo e de adoração na cultura Inca). A Festa do Sol acontece durante oito dias (além da cerimônia principal representada com uma encenação, no dia 24 de junho), e é uma das festividades mais importantes da região de Cusco, que se enche de cores, sons e magia nesta época do ano, por conta dos preparativos para a grande celebração.

 

As ruas e praças de Cusco ficam tomadas de turistas, moradores, visitantes, arqueólogos e historiadores, além das pessoas que interpretam a cerimônia, em uma espécie de teatro a céu aberto. Além do ritual sagrado, que conta com a participação de mais de mil atores e encenadores em ação, há música, dança, comidas e bebidas típicas andinas na programação. Visitar Cusco durante o Inti Raymi é uma oportunidade de conhecer a cultura viva do Peru, pois a região se enche de cultura e tradição, em uma amostra viva de credos, costumes e vivências.

Foto: Divulgação/Heinz Plenge Pardo 

Cenários do Inti Raimy

Qorikancha (cerca de ouro): nos tempos Incas foi o principal templo consagrado ao sol.

Plaza de Armas (o antigo Auqaypata ou Plaza del Guerrero): durante o império Inca, nesta imensa praça se desenvolvia integralmente a cerimônia no meio do grande “ushnu”ou plataforma cerimonial.

 

Saqsaywaman (voz que deriva dos termos quechuas “saqsay” e “waman”, que traduzido ao espanhol significa “sacíate halcón”). Este impressionante centro arqueológico está localizado a 3.555 metros acima do nível do mar, a 1 km do bairro inca de Qolqanpata.

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