Um grupo de 16 turistas brasileiros que está há sete dias na comunidade indígena Paraitepuy, na Venezuela, aguarda negociações do Itamaraty para retornar ao Brasil, afirmou nesta segunda-feira (24) um empresário que não quis se identificar. Ele é dono de uma agência de turismo em Boa Vista de onde o grupo comprou viagem ao país vizinho.
Segundo o G1 Roraima, na noite de domingo (24), um outro grupo com 31 turistas brasileiros conseguiu cruzar a fronteira, fechada desde a última quinta (21) por ordem de Nicolás Maduro. No local somente a passagem de ambulâncias com feridos em confrontos na Venezuela tem sido liberada.
Foto: Reprodução/Rede Globo
O Itamaraty foi procurado, mas ainda não se manifestou sobre como ocorrem essas negociações. Também foi questionado se o órgão possui o número turistas brasileiros que estão na Venezuela, porém, esse quantitativo também não foi informado.
A região em que os 16 turistas estão fica no município de Bolívar, distante cerca de 60 km de Pacaraima, primeira cidade brasileira na fronteira com a Venezuela.
O empresário afirmou que os brasileiros estão bem, porém sem internet e sinal de telefone. A previsão, segundo ele, é que os turistas consigam cruzar a fronteira ainda nesta segunda. O grupo está em Paraitepuy com um guia venezuelano contratado pela empresa de Boa Vista.
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“Os turistas estão bem, sendo alimentados e seguros. O guia turístico deles está prestando as orientações necessárias. É o único que possui contato comigo e com o que está ocorrendo no país”, afirmou, detalhando que a comunicação com o guia é feita quando ele vai até a cidade de Santa Elena do Uairén.
A expectativa, segundo o empresário, é de que todos almocem na aldeia e logo depois sejam conduzidos ao consulado do Brasil em Santa Elena. “Lá eles ficarão até serem liberados para passarem pela fronteira”, disse.
Ele contou que esse foi o mesmo procedimento feito com o grupo de 31 turistas que atravessaram a fronteira na noite de domingo (24).
“Estou em contato direto. No momento está tudo muito tranquilo e esperamos que continue assim”, frisou.
A Venezuela fechou a fronteira com o Brasil na quinta-feira (21) para impedir a entrada de ajuda humanitária no país. Desde então foram registrados conflitos em cidades venezuelanas e na linha de fronteira entre os dois países.