Resíduos de frutos amazônicos ricos em vitamina A servem de compostos para produção de corante natural

A pesquisa visa aproveitar resíduos da indústria de alimentos, como os extratos de carotenoídes de resíduos do umari, tucumã e buriti.

A substituição de corantes artificiais por corantes produzidos à base dos resíduos de frutos amazônicos ricos em vitamina A torna-se possível graças a uma pesquisa desenvolvida no Amazonas.

A pesquisa intitulada ‘Estudo para substituição de corante artificial por carotenóides de resíduos de frutos amazônicos com aplicação tecnológica limpa’, coordenada pela pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Francisca das Chagas do Amaral Souza, visa aproveitar resíduos da indústria de alimentos, como os extratos de carotenoídes de resíduos do umari (Poraqueiba sericea), tucumã (Astrocaryum aculeatum) e buriti (Mauritia flexuosa), para substituição do corante sintético amarelo tartrazina, por meio da implantação de novos processos integrados, o que permite aliar produtividade com eficiência ambiental.

“A utilização de tecnologia limpa e econômica torna-se uma alternativa viável para extração de compostos bioativos e corantes ainda presentes nos subprodutos de frutos amazônicos, além de agregar valor e aproveitar os compostos biologicamente ativos, aumentando a gama de produtos oferecidos”, 

disse Francisca.

Foto: Nathalie Brasil/Fapeam

A coordenadora explicou que um dos objetivos da pesquisa é, também, reduzir o desperdício dos resíduos de frutas amazônicas, que apresentam grande potencial como os três frutos selecionados (umari, buriti e tucumã) e, consequentemente, minimizar os impactos ambientais. 

“Para minimizar esses impactos, usamos líquidos iônicos (os chamados químicos limpos) para a extração de corantes menos poluentes dos que os comercializados”, completou a pesquisadora.

Modo de uso 

O corante natural poderá ser usado nas preparações de alimentos com novas formulações, tanto com aromas do próprio fruto, quanto com a coloração, tendo em vista que o corante, comumente utilizado em comidas, é sintético e pode causar irritações, como disse a coordenadora da pesquisa.

Foto: Nathalie Brasil/Fapeam

Francisca observou, ainda, que a pesquisa irá impactar diretamente a comunidade científica, com informações novas a respeito da utilização dos frutos em suas mais diversas funções e, principalmente, a população, que ficará mais informada sobre os benefícios dos alimentos para melhorar a qualidade de vida e o critério quanto ao seu consumo.

A pesquisa conta com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), – via Programa Kunhã – CT&I no Amazonas, que financia atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, destinadas a pesquisadores residentes no Amazonas, que contribuam significativamente para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do estado, em uma das seguintes áreas temáticas relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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